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Além do sebo bovino: JBS começa utilizar biogás em fábricas da Friboi para gerar energia elétrica

Empresa projeta que, até o final do primeiro semestre de 2025, estarão em operação 18 geradores

JBS: o metano, transformado em biogás, abastece geradores que fornecem energia para quatro fábricas da Friboi.

JBS: o metano, transformado em biogás, abastece geradores que fornecem energia para quatro fábricas da Friboi.

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 3 de maio de 2025 às 06h01.

A JBS anunciou neste sábado, 3, que começou a utilizar o metano capturado em suas operações industriais como combustível para gerar energia elétrica. A companhia investiu R$ 17 milhões na iniciativa, e o metano, transformado em biogás, abastece geradores que fornecem energia para quatro fábricas da Friboi.

Nas unidades de Ituiutaba (MG) e Andradina (SP), os geradores movidos a biogás já estão em operação. Desde 2023, essas unidades geraram uma economia de cerca de R$ 1 milhão (considerando os preços médios da energia nos respectivos estados) — a produção total de 2.053.017 kWh seria suficiente para abastecer cerca de 12 mil residências durante um mês.

Além disso, as fábricas da Friboi em Barra do Garças (MT) e Mozarlândia (GO) passarão a ser abastecidas de forma semelhante nos próximos meses, com o potencial de adicionar aproximadamente 1.100.000 kWh à produção, o que corresponderia ao consumo mensal de 6 mil residências.

A empresa projeta que, até o final do primeiro semestre de 2025, estarão em operação 18 geradores.

Em nota, a JBS afirmou que mais unidades da Friboi poderão contar com geradores movidos a biogás nos próximos meses, garantindo o abastecimento de energia elétrica tanto para as áreas administrativas quanto para o setor industrial.

“A geração de energia a partir do biogás também reduz a dependência da rede elétrica e contribui para mitigar os riscos associados à volatilidade dos preços da energia”, afirma Liège Vergili Correia, diretora de Sustentabilidade da JBS Brasil.

No ano passado, a JBS USA anunciou uma parceria com a GreenGasUSA, empresa norte-americana especializada em biocombustíveis, para a produção de biogás em diversas unidades de processamento de carne bovina e de frango nos Estados Unidos.

Além disso, a empresa já havia informado que resíduos, como sebo bovino e banha de porco, oriundos de operações nos Estados Unidos, Canadá e Austrália, estavam sendo transformados em combustível sustentável para aviação (SAF).

Investimentos em biogás

Segundo a JBS, além da geração de vapor e eletricidade, a empresa estuda utilizar biogás como combustível para sua frota, com foco na redução dos custos com diesel e das emissões de gases de efeito estufa (GEEs).

“Além dos benefícios operacionais, estamos atentos às oportunidades de receita com a comercialização do biogás ou da energia elétrica excedente. A ideia é ampliar cada vez mais esse modelo”, afirma Liège.

O investimento total no projeto de biodigestores, que abrange as nove unidades, alcançou R$ 77 milhões. Desses, R$ 55 milhões são provenientes de recursos próprios da JBS, R$ 4 milhões da Âmbar Energia, da holding J&F Investimentos, e R$ 18,4 milhões de outros parceiros.

Desde 2023, a produção de cerca de 50 milhões de m³ de biogás evitou a emissão de 263,7 mil toneladas de CO₂ equivalente (tCO₂e), o que corresponde à retirada de 105,5 mil carros das ruas por um ano.

“Esse é apenas o começo de um movimento estratégico. Tenho certeza de que colheremos excelentes resultados a partir desses investimentos”, afirma a executiva.

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