(Xinhua)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 8 de julho de 2025 às 06h05.
Última atualização em 8 de julho de 2025 às 06h34.
Em meio às ameaças do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra os Brics, Brasil e China, membros do grupo firmaram um acordo para levar inteligência artificial à agricultura nos dois países. Os valores da parceria não foram divulgados.
Um dos primeiros projetos do centro será a criação de um laboratório de IA, com foco na agricultura familiar, por meio de uma parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) e a Universidade Agrícola da China.
Os planos para o centro, com foco na agricultura em regiões semiáridas, foram inicialmente discutidos em Brasília durante uma reunião no mês passado entre Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, e Lin Xin, vice-ministro da Ciência e Tecnologia e secretário de Desenvolvimento Tecnológico da China.
Segundo o diretor do Insa, José Etham Barbosa, o projeto visa encontrar maneiras de integrar tecnologias de IA a máquinas comuns em fazendas de menor porte, visando aprimorar o monitoramento ambiental e a qualidade do solo.
A região do Sertão, no nordeste do Brasil, abriga quase 22 milhões de pessoas, tornando-se uma das áreas semiáridas mais populosas e biodiversas do mundo.
Cobrindo cerca de 11% do território brasileiro, a região é caracterizada pelo calor intenso, seca e vegetação escassa.
A parceria entre China e Brasil no setor agropecuário é histórica. A China é o principal importador de soja e carne do Brasil, e em 2024, foi responsável por 75% das importações de soja chinesa.
No domingo, 6, Trump anunciou que imporá uma tarifa adicional de 10% sobre "qualquer país que se alinhar às políticas antiamericanas do Brics".
A medida foi divulgada por meio de sua conta na rede social Truth Social. "Não haverá exceções a essa política", afirmou.
Trump, no entanto, não esclareceu o que considera “políticas antiamericanas” em sua publicação. Autoridades do governo dos EUA informaram que ainda não há um decreto em andamento e que tudo dependerá das ações futuras do bloco.
Antes, no mesmo domingo, o bloco econômico divulgou a "Declaração do Rio de Janeiro", que, entre outras questões, defende o multilateralismo, sem fazer menção direta aos Estados Unidos.
O presidente dos EUA determinou nesta segunda-feira, 7, uma alíquota mínima de 25% sobre produtos provenientes do Japão e da Coreia do Sul.
O republicano publicou uma carta direcionada aos líderes de ambas as nações em seu perfil no Truth Social. O anúncio ocorre pouco antes do prazo final para que países firmem acordos comerciais com os Estados Unidos, a fim de evitar tarifas mais altas.
No documento, o governo dos EUA anunciou que, a partir de 1º de agosto de 2025, será aplicada uma tarifa de 25% sobre todos os produtos japoneses e sul-coreanos enviados aos Estados Unidos, separada das tarifas setoriais.
O governo também afirmou que a alíquota de 25% é “bem inferior ao necessário para eliminar o déficit comercial” entre os países.
Trump também indicou que, se os países ou empresas optarem por construir, ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos, não haverá tarifas.
Além do Japão e da Coreia do Sul, Trump determinou as seguintes alíquotas: África do Sul: 30%, Cazaquistão: 25%, Coreia do Sul: 25%, Japão: 25%, Laos: 40%, Malásia: 25% e Myanmar: 40%.