China: em termos financeiros, as importações subiram 2,2 vezes, para US$ 96 milhões no período, ante quase US$ 43 milhões no ano anterior.
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 28 de maio de 2025 às 06h02.
Em meio à guerra comercial com os Estados Unidos, a China aumentou em 180% as importações de farelo da Rússia no período de janeiro a abril de 2025.
Dados do país asiático, compilados pelo Centro Agroexport do Ministério da Agricultura russo, mostram que a China importou 315 mil toneladas de farelo de girassol, canola e soja nos quatro primeiros meses deste ano, contra 111 mil toneladas no mesmo período de 2024.
Desse total, a China adquiriu 153,8 mil toneladas de farelo de girassol, 157,2 mil toneladas de farelo de canola e 4 mil toneladas de farelo de soja.
Em termos financeiros, as importações subiram 2,2 vezes, para US$ 96 milhões no período, ante quase US$ 43 milhões no ano anterior.
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A Rússia ocupa a terceira posição entre os principais fornecedores desses produtos para a China em volume, com a Ucrânia em segundo lugar, com 448 mil toneladas, e o Canadá em primeiro, com 730 mil toneladas.
Segundo informações do jornal argentino El Clarín, a China assinou, em abril, uma carta de intenção com exportadores na Argentina para comprar cerca de US$ 900 milhões (R$ 5,1 bilhões) em soja (grão e farelo), milho e óleo vegetal diante da guerra tarifária promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Consultorias estimam que o pico das exportações brasileiras de soja para a China será em maio, com 14,5 milhões de toneladas — acima dos 9,9 milhões de maio de 2024, embora abaixo do recorde de 16 milhões em 2023. A expectativa é que o ritmo elevado se mantenha até o final de junho.
O otimismo é motivado pela antecipação das compras chinesas diante da guerra comercial com os Estados Unidos.Até abril, a China já importou 27,7 milhões de toneladas de soja do Brasil, 8% a mais que no mesmo período de 2024. Além disso, a entressafra nos EUA favorece fornecedores como Brasil e Argentina.
Segundo a Datagro, o cenário logístico e sazonal facilita compras expressivas da China, reforçando a atratividade da soja brasileira no curto prazo. Em 2024, o Brasil respondeu por 71% das importações chinesas de soja, contra 21% dos EUA.