Raízen: Fitch destacou que espera uma solução de curto prazo para a injeção de capital na empresa (Raízen/Divulgação)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de outubro de 2025 às 14h40.
A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou nesta sexta-feira, 25, a nota de crédito da Raízen de ‘BBB’ para ‘BBB-’ nas dívidas de longo prazo em moeda estrangeira e local.
Apesar de a companhia ainda manter o grau de investimento, a Fitch colocou a nota em perspectiva negativa, o que indica que a empresa pode perder esse status nos próximos seis meses, prazo definido para uma nova revisão.
Segundo a agência, o rebaixamento reflete a “deterioração da estrutura de capital” da companhia, resultado do aumento do endividamento e de um fluxo de caixa operacional mais fraco do que o esperado.
“O rebaixamento reflete a deterioração da estrutura de capital da companhia devido ao aumento do endividamento e um enfraquecimento do fluxo de caixa operacional maior do que o esperado para o exercício fiscal de março de 2026”, afirmou a Fitch em nota.
A decisão ocorre um dia após a divulgação da prévia operacional da Raízen, que apontou queda nas vendas de açúcar e etanol próprios no segundo trimestre da safra 2025/26.
A Fitch destacou que espera uma solução de curto prazo para a injeção de capital na empresa, possivelmente por meio de um dos acionistas controladores. No entanto, ponderou que “a execução e os valores das vendas de ativos ainda são incertos”.
A agência também sinalizou que poderá reverter a perspectiva negativa caso haja “visibilidade sobre uma desalavancagem significativa” nos próximos meses.
Para a safra 2025/26, a Fitch projeta que a Raízen encerre o ciclo com receita líquida de R$ 230 bilhões e Ebitda de R$ 11,9 bilhões. Para a próxima temporada, as estimativas são de R$ 228 bilhões em receita e Ebitda de R$ 12,6 bilhões.
Mesmo com o rebaixamento, a agência destacou ainda que a Raízen mantém a liderança no mercado brasileiro de açúcar e etanol e ocupa a segunda posição na distribuição de combustíveis, o que garante à companhia escala e diversificação superiores às dos concorrentes.
Segundo a Fitch, a empresa deve priorizar ativos e usinas mais rentáveis em seu processo de desalavancagem financeira. A agência também ressaltou o apoio dos acionistas controladores como um fator positivo para o crédito.