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Governo suspende fábrica da Coca-Cola no Ceará por suspeita de contaminação

Segundo o Ministério da Agricultura, medida foi tomada de forma preventiva para apurar vazamento no sistema de resfriamento da linha de produção

Coca-Cola: bebida é adoçada de forma diferente de acordo com o país (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

Coca-Cola: bebida é adoçada de forma diferente de acordo com o país (NurPhoto / Colaborador/Getty Images)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 4 de junho de 2025 às 15h35.

Última atualização em 4 de junho de 2025 às 15h59.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) suspendeu temporariamente, nesta terça-feira, 3, as atividades de produção e envase da fábrica da Solar, fabricante dos produtos da Coca-Cola no Brasil, localizada no Ceará.

Segundo o Mapa, a medida foi tomada de forma preventiva para apurar um vazamento no sistema de resfriamento da linha de produção. Durante o processo produtivo, houve contato entre os produtos em elaboração e o líquido utilizado no sistema de resfriamento, que contém álcool de grau alimentício.

O ministério informou, em nota, que a contaminação que não oferece risco elevado à saúde e não inclui substâncias tóxicas.

"Até o momento, não há confirmação de contaminação dos produtos, mas, por precaução, aproximadamente 9 milhões de litros aguardam análise laboratorial. A medida visa garantir que todos os itens estejam plenamente adequados para o consumo antes de serem comercializados", informou o ministério em comunicado divulgado nesta quarta-feira, 4.

Envasamento e distribuição em larga escala

De acordo com Carlos Fávaro, ministro da Agricultura, a empresa possui várias unidades no país, mas apenas a fábrica em Maracanaú (CE) foi paralisada. Caso seja confirmada a contaminação, disse ele, não há risco para a saúde, mas envolve uma questão comercial, uma vez que os refrigerantes não contêm álcool.

"A empresa usa etanol alimentício e água no processo de resfriamento. Se houver presença de etanol alimentício [no refrigerante], não pode comercializar. Mas, se por acaso alguém consumir, não vai morrer", afirmou.

O ministério espera que o processo de investigação seja concluído ainda nesta quarta-feira, 4. A suspensão das atividades será mantida até que a empresa conclua as correções necessárias, já em andamento, e comprove a eliminação de qualquer risco à segurança do processo.

O Mapa ressaltou que medidas preventivas como essa fazem parte de seus protocolos de fiscalização, com foco na transparência, no cuidado com a saúde da população e na confiança do consumidor.

Em nota, a Solar informou que está "conduzindo testes rigorosos para comprovar a total segurança de nossos produtos. Estamos empenhados em retomar as atividades o mais rápido possível. As licenças de funcionamento da unidade permanecem válidas e atuais, com práticas sendo auditadas continuamente, tanto internamente quanto externamente".

Segundo a empresa, todas as demais operações de Solar seguem funcionando normalmente.

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