ministro da Agricultura, Carlos Fávaro: 'Quando passar 15 dias e não acontecer, a tendência é não surgir um novo caso' (Guilherme Martimon/MAPA)
Agência de notícias
Publicado em 19 de maio de 2025 às 12h02.
Última atualização em 19 de maio de 2025 às 16h01.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, indicou, nesta segunda-feira, que as próximas duas semanas serão decisivas para avaliar a extensão da crise causada pelo surgimento de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul, no fim da semana passada. Segundo o ministro, se não houver novos registros da doença, a situação ficará sob controle.
— Quando passar 15 dias e não acontecer, a tendência é não surgir um novo caso — afirmou o ministro ao GLOBO.
Fávaro ressaltou que o ciclo do foco da doença em aves é de cerca de 28 dias. Ele afirmou que o surgimento de casos suspeitos de gripe aviária, como os investigados em Santa Catarina e no Tocantins, mostram que o sistema sanitário brasileiro está funcionando e a população está em alerta.
— Se estão surgindo (casos suspeitos), é porque o sistema está funcionando e a população está em alerta. Não está esparramando — disse. — Temos que investigar com total transparência. Ao darmos transparência, transmitimos confiança e isso evita especulação — completou.
A crise que causou a suspensão das vendas de carne de frango e subprodutos de aves para diversos parceiros internacionais começou no fim da semana passada, com a confirmação do primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, no Rio Grande do Sul. Ele demonstrou otimismo.
— Temos experiência em outros episódios, como a New Castle.
De acordo com o ministro, o governo brasileiro tem encaminhado informações aos parceiros internacionais cotidianamente. A expectativa é que, passado o período mais crítico, mercados que suspenderam as importações de carne de frango e subprodutos de aves de todo o Brasil, como China e União Europeia, poderão restringir a suspensão às compras oriundas do Rio Grande do Sul.
A gripe aviária é uma doença infecciosa. Ela é causada pelo vírus influenza A. Essa doença afeta aves, tanto as domésticas quanto as silvestres.
O vírus se espalha por contato direto ou indireto com secreções respiratórias, fezes e fluidos de aves doentes. Isso pode levar a sintomas respiratórios, hemorragias e problemas nervosos. A mortalidade nas aves é alta, e a produção de ovos cai.
Em raras ocasiões, o vírus pode infectar mamíferos, como os humanos. Isso geralmente acontece por contato direto com aves contaminadas.
Não. O vírus da gripe aviária infecta principalmente aves aquáticas silvestres, como patos e gansos, que são reservatórios naturais, mas também pode infectar galinhas, perus e outras aves domésticas.
Em alguns casos, mamíferos como gatos, cães e até humanos podem ser infectados.
Galinha espirra? 5 dúvidas inusitadas sobre a gripe aviáriaSegundo especialistas e autoridades sanitárias, não há risco de transmissão da gripe aviária pelo consumo de carne de frango ou ovos, desde que estejam devidamente cozidos.
O vírus da influenza aviária é muito sensível ao calor e é destruído durante o cozimento, em qualquer preparo que utilize fogo. Portanto, alimentos de origem aviária preparados adequadamente são seguros para consumo.
Além disso, órgãos internacionais como o Ministério da Agricultura, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) reforçam que não existem registros de transmissão da gripe aviária a partir do consumo de frango ou ovos cozidos.