EXAME Agro

Guerra tarifária entre Trump e China pode beneficiar agronegócio brasileiro, diz Alckmin

A declaração de Alckmin aconteceu durante participação em almoço com representantes da Frente Parlamentar Empresarial (FPE), em Brasília

Geraldo Alckmin: 'para os EUA exportamos muito valor agregado, avião, autopeças, máquina escavadeira, produto de valor agregado, então é importante essa relação com os EUA' (Leandro Fonseca/Exame)

Geraldo Alckmin: 'para os EUA exportamos muito valor agregado, avião, autopeças, máquina escavadeira, produto de valor agregado, então é importante essa relação com os EUA' (Leandro Fonseca/Exame)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 6 de maio de 2025 às 13h57.

Última atualização em 6 de maio de 2025 às 13h58.

O vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, disse nesta terça-feira que o tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos e a guerra comercial travada pelo presidente americano, Donald Trump, com a China pode beneficiar o agronegócio brasileiro.

A declaração de Alckmin aconteceu durante participação em almoço com representantes da Frente Parlamentar Empresarial (FPE), em Brasília. O vice-presidente destacou a relação comercial do agronegócio brasileiro com a China.

— Aliás, esse aumento tarifário vai beneficiar a agricultura. Temos um agro muito exportador, muito forte, competitivo, ele ajuda o agronegócio. E nós precisamos estar atentos na indústria, porque quando pegamos a balança comercial brasileira, que é superavitária, o maior parceiro comercial do Brasil é a China.

Valores agregados

O ministro da Indústria chamou atenção para o fato de que a maior parte da exportação brasileira com os Estados Unidos é relacionada a produtos de valores agregados.

— Para os EUA exportamos muito valor agregado, avião, autopeças, máquina escavadeira, produto de valor agregado, então é importante essa relação com os EUA, que é onde temos procurado atuar — disse Alckmin.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou seu tarifaço no mês passado, o que desencadeou uma escalada retaliatória com a China.

Trump começou a elevar as tarifas de importação em fevereiro, poucos dias após sua posse, com foco principalmente na China. Em abril, anunciou as chamadas tarifas recíprocas e criou uma taxa universal de 10%, que ele suspenderia depois por 90 dias. A exceção foram os produtos chineses, que ainda são tributados em até 145%.

O Brasil ficou no grupo dos países menos afetados, com a taxa básica imposta de 10%.

— Dos 10 produtos que eles (EUA) mais exportam para nós, 8 tem tarifa é zero, não pagam imposto de importação, é zero,. Quando a gente pega o total de exportações dos EUA para o Brasil, a tarifa média é baixa, de 2,7%. Por isso que quando foi anunciada as tarifas o Brasil ficou no grupo das menores tarifas, ficamos nos 10% — disse Alckmin nesta terça.

Acompanhe tudo sobre:Geraldo AlckminAgronegócioEstados Unidos (EUA)TarifasChina

Mais de EXAME Agro

Futuro do agro no Nordeste passa pelos biocombustíveis, com foco no etanol de milho, dizem analistas

Associação de produtores de soja dos EUA pede socorro a Trump em meio ao tarifaço

A cerca de três meses da COP30, Cade suspende pacto de soja desmatada

Preço da carne dispara nos EUA para R$ 130/kg — e pode piorar com tarifaço e 'praga' do México