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Guerra tarifária pode elevar exportações de carnes e soja para China, diz Ministério da Agricultura

Para secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, além do grão, vendas de carnes de aves, de suínos e de bovinos podem aumentar para os chineses

 (Valter Campanato/Agência Brasil)

(Valter Campanato/Agência Brasil)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 22 de abril de 2025 às 13h31.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luis Rua, afirmou nesta terça-feira, 22, que há espaço para o Brasil aumentar exportações de soja, de carnes de aves, de suínos e de bovinos para a China diante da guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos e que afeta o país asiático.

Segundo Rua, o aumento dessas exportações depende do apetite chinês pelos produtos brasileiros.

No caso da soja, o Brasil terá uma boa safra e haverá disponibilidade para elevar os embarques do grão para os asiáticos, diante das pesadas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos chineses.

China vs. EUA: venda de carnes de aves brasileiras pode crescer

No caso das carnes, Rua afirmou que os Estados Unidos exportam entre 30% e 40% de carne de aves para a China. Com isso, parte dessa fatia de mercado pode ser absorvida pelo Brasil, que já tem mais de 50% de market share nesse produto.

No mercado de carne suína, Brasil e Estados Unidos são responsáveis, cada um, por 16% das exportações para a China. Com a guerra tarifária, um percentual da participação norte-americana pode ser absorvida.

Na carne bovina, 50% das exportações para a China são de empresas brasileiras e apenas 8% de empresas norte-americano. Segundo Rua, uma fatia desse mercado pode ser absorvida por empresas brasileiras.

Abertura de novos mercados para a China

Rua ainda tem reuniões nesta terça com representantes do governo chinês para tratar, entre outros assuntos, da abertura de dois novos mercados para o país asiático: de pescados e de DDG, um subproduto gerado a partir da produção de milho.

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A formalização desses novos mercados pode ocorrer nesta terça ou na quarta-feira

“Nossa relação com China atingiu, nesses últimos dois anos, um nível de maturidade, transparência e clareza muito grande”, disse Rua.

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