(Germano Lüders/Exame)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 7 de maio de 2025 às 12h25.
O CEO da Vibra Energia, Ernesto Pousada, está otimista com a empresa. Em call de resultados realizada nesta quarta-feira, 7, o executivo afirmou que a maior distribuidora de combustíveis do Brasil vai recuperar, de maneira gradual, sua participação de mercado.
"Estamos otimistas que vamos retomar o share [participação] de forma gradual. Somos competitivos e seremos ainda mais competitivos", disse Pousada.
O otimismo dele é sustentado pelos resultados do primeiro trimestre de 2025 da companhia. No período, a empresa registrou um lucro líquido de R$ 601 milhões, refletindo uma queda de 23,8% em relação ao mesmo período de 2024. No entanto, ao excluir efeitos não recorrentes, o lucro ajustado foi de R$ 1,009 bilhão, marcando uma alta de 27,9% em comparação ao ano anterior.
O bom desempenho do lucro ajustado foi impulsionado principalmente pelos fortes resultados da área de Distribuição, que somou R$ 1,124 bilhão. Por outro lado, a divisão de Renováveis ainda não conseguiu compensar os desafios da fase final de expansão, registrando um prejuízo de R$ 115 milhões.
Segundo Pousada, o resultado positivo foi possível em função do plano de corte de custos implementado pela companhia. Em vigor desde o ano passado, a medida, segundo o CEO, tem garantido maior eficiência operacional para a Vibra. "Estamos bastante otimistas com o crescimento da Vibra e vamos focar cada vez mais em reduções de custos para aumentar nossas margens."
Pousada também destacou que, embora as margens não sejam a principal fonte de crescimento imediato, a Vibra continuará focada em melhorar a eficiência operacional e recuperar sua participação de mercado. O EBITDA ajustado também apresentou recuperação, alcançando R$ 2,025 bilhões, um crescimento de 43,6% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
A receita líquida ajustada totalizou R$ 45,036 bilhões, representando um aumento de 13,2%. O consenso da Bloomberg estimava uma receita de R$ 43,4 bilhões.
Em termos de distribuição de caixa, a Vibra teve um fluxo de caixa operacional de R$ 900 milhões e anunciou o pagamento de R$ 350 milhões em Juros sobre Capital Próprio (JCP), destacando sua sólida posição financeira.
Pousada também comentou que a Vibra já percebe efeitos positivos com a adoção da monofasia tributária sobre o etanol. A monofasia — cobrança de impostos em um único elo da cadeia do setor — para o etanol entrou em vigor no último dia 1º de maio.
"Ainda estamos nos primeiros dias, mas já podemos ver ganhos de market share no etanol em maio", afirmou.
Na visão do CEO, os resultados do segundo trimestre deste ano devem reforçar o caminho sustentável que a companhia está seguindo. Ainda assim, segundo ele, o balanço financeiro do período pode ser impactado por uma possível redução no preço do diesel, seguindo a tendência observada no primeiro trimestre.
Além disso, a empresa manteve seu guidance de EBITDA ajustado de R$ 1,3 bilhão para 2025, reforçando suas expectativas positivas de crescimento, especialmente com a expansão das sinergias com a Comerc Energia, que está em processo de aproximação do ponto de equilíbrio nos próximos 12 meses.
“Esperamos que a Comerc alcance o breakeven no segundo semestre e, em 2026, tenha geração de caixa positiva,” afirmou.