(AFP Photo)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 1 de julho de 2025 às 13h19.
Última atualização em 1 de julho de 2025 às 15h38.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) anunciou um aumento nas taxas de juro para algumas linhas de financiamento do Plano Safra 2025/26, como adiantado pela EXAME Agro na sexta-feira, 27. Nesta terça-feira, 1º, o governo divulgou um volume de R$ 516,2 bilhões para o setor empresarial.
O comparativo entre as taxas de juro do Plano Safra 2024/25 e 2025/26 mostra aumentos em diversas linhas de crédito.
Para o Moderfrota, a taxa subiu de 11,5% em 2024/25 para 13,5% em 2025/26, representando um aumento de 2 pontos percentuais.
O Pronamp, que teve a taxa de 8,5% em 2024/25, o aumento foi de 1,5 p.p na atual safra, para 10%.
As linhas de RenovAgro e PCA registraram aumento de 1,5 ponto percentual, passando de 8,5% em 2024/25 para 10% em 2025/26.
Para o Proirriga e Investimento Empresarial, a taxa subiu de 10,5% para 12,5%, um aumento de 2 pontos percentuais. Por fim, o Custeio Empresarial teve aumento mais modesto de 0,5 ponto percentual, indo de 12% em 2024/25 para 12,5% em 2025/26.
Os valores para o custeio aumentaram, passando de R$ 401,3 bilhões para R$ 414,7 bilhões. Por outro lado, o montante para as linhas de investimento caiu de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões.
O aumento nas taxas de juro para as linhas de financiamento foi a solução encontrada pelo governo diante da Selic fixada em 15% ao ano, além das dificuldades orçamentárias enfrentadas.
Nesta temporada, para obter crédito rural do custeio agrícola será obrigatório o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) que, anteriormente, era exigido apenas para operações de até R$ 200 mil contratadas por agricultores familiares.
Agora, essa exigência se estende a financiamentos superiores a esse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido. O objetivo da medida, segundo o ministério, é evitar a liberação de crédito fora dos períodos ideais e em áreas com restrições.
Além disso, o novo Plano Safra permite o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito.
Também será possível financiar a produção de sementes e mudas de essências florestais, além de insumos voltados para a proteção do solo durante o período de entressafra.
Outra inovação anunciada pela pasta é a flexibilização das condições para renegociação de dívidas, oferecendo mais opções para os produtores que enfrentaram dificuldades em safras passadas e necessitam reorganizar seus passivos para retomar o fluxo produtivo.
Uma das novidades destacadas é a ampliação do acesso ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), agora disponível para beneficiários do Pronaf e do Pronamp, mesmo para aqueles que já possuem contratos ativos.
O governo também estabeleceu condições diferenciadas para produtores que adotarem práticas sustentáveis. Além de juros reduzidos, o Plano Safra 2025/26 contempla crédito para a produção de mudas, reflorestamento e culturas de cobertura, com o objetivo de preservar o solo entre uma safra e outra.
Em termos de incentivos, o governo prorrogou até junho de 2026 o desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros para operações de crédito rural de custeio.