Paulo Teixeira: "sentimos uma resistência no preço do ovo, mas vamos aprofundar esse estudo nesta semana sobre as medidas a serem adotadas" (Valter Campanato/Agência Brasil)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 17 de março de 2025 às 17h30.
Última atualização em 17 de março de 2025 às 19h03.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou nesta segunda-feira, 17, que o preço da carne tem apresentado queda. Após uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Teixeira informou que o governo se reunirá ainda nesta semana para discutir questões relacionadas aos preços dos alimentos.
“[Os preços] ainda estão altos, mas estão caindo. Sentimos uma resistência no preço do ovo, mas vamos aprofundar esse estudo nesta semana sobre as medidas a serem adotadas”, disse Teixeira a jornalistas.
O aumento no preço dos alimentos é uma das principais razões apontadas pelo Planalto para a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Com isso, o governo tenta implementar medidas para reduzir o preço dos alimentos.
Na semana passada, a Camex zerou os impostos de importação de uma série de alimentos, seguindo a orientação do governo. Além disso, o governo emitiu um decreto que facilita o comércio de leite, mel e ovos entre estados, visando aumentar a oferta desses produtos e promover a consequente queda nos preços.
Dados da consultoria SAFRAS & Mercado mostram que o preço da picanha, uma das promessas de campanha de Lula, tem caído neste trimestre.
No início de janeiro, o quilo da picanha no atacado era de R$ 75, e a última medição, de 14 de março, apontou o valor de R$ 67. O quilo do contrafilé, que estava a R$ 38 no início do período, agora está em R$ 31.
Na avaliação de Fernando Iglesias, analista da SAFRAS & Mercado, a queda é normal para o período, em razão da sazonalidade, que já era esperada para o primeiro trimestre.
“É normal que isso aconteça, pois o perfil de consumo direciona essa demanda, nesse período, para proteínas mais acessíveis, como embutidos, ovo, alguns cortes suínos e carne de frango”, afirma o analista.
Iglesias ainda pontua que o recuo no preço da carne bovina ocorreu, sobretudo, em cortes mais nobres, como o traseiro, “cortes de maior valor agregado, que a população realmente não consegue absorver”, destaca.