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Safra 2024/25: como o clima pode impulsionar em até 59% os papéis da Rumo, segundo o Santander

Banco estima valorização nas ações da companhia, impulsionada pelo avanço da colheita de soja e aumento na demanda logística

Comboio da Rumo: a concessão da malha central, do Tocantins a São Paulo, ampliou frentes de receita do braço logístico da Cosan (Divulgação/Divulgação)

Comboio da Rumo: a concessão da malha central, do Tocantins a São Paulo, ampliou frentes de receita do braço logístico da Cosan (Divulgação/Divulgação)

César H. S. Rezende
César H. S. Rezende

Repórter de agro e macroeconomia

Publicado em 27 de janeiro de 2025 às 17h51.

Última atualização em 27 de janeiro de 2025 às 18h14.

Se o clima colaborar, um efeito cascata deve impulsionar os papéis da Rumo, empresa de armazenagem e logística, segundo a equipe de analistas do Santander. Em relatório publicado nesta segunda-feira, 27, o banco manteve sua recomendação de compra para as ações da companhia, apoiando-se na expectativa de um clima favorável para a colheita da soja no Mato Grosso na safra 2024/25.

Na tarde desta segunda-feira, as ações da Rumo registravam alta de 3%, sendo negociadas em torno de R$ 17,29. Com base na cotação atual, os analistas projetam um potencial de valorização de 59% para os papéis da companhia, com preço-alvo estimado em R$ 27,50.

O otimismo dos analistas está diretamente relacionado à colheita da soja no Mato Grosso, um dos principais estados produtores do grão no Brasil. Até o momento, apenas 4,2% da área plantada foi colhida, segundo dados do Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária (IMEA). O resultado está bem abaixo da média dos últimos cinco anos (13%) e do índice registrado no mesmo período do ano passado (21,5%).

O atraso na colheita é consequência da seca severa que atingiu o Brasil entre setembro e outubro de 2024, período crucial para o plantio no estado, o que dificultou os trabalhos de semeadura.

Apesar do atraso, a expectativa é de que a colheita avance significativamente a partir de fevereiro. Esse cenário será favorecido pelo baixo nível de precipitação previsto para as próximas semanas, o que deve acelerar os trabalhos no campo.

“Os níveis mais baixos de precipitação esperados nas próximas duas semanas, juntamente com as chuvas reduzidas na última semana, devem favorecer uma aceleração da colheita de soja, beneficiando também o início do plantio da segunda safra de milho”, destacaram os analistas Lucas Barbosa, Lucas Esteves e Gabriel Tinem em relatório do Santander.

Segundo o Santander, o avanço da colheita deve impulsionar a demanda por transporte de grãos, beneficiando diretamente a logística da Rumo, empresa líder no setor — o país deve bater recorde na produção de grãos na atual temporada com 322,3 milhões de toneladas, segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Se essas condições se confirmarem, a movimentação de grãos deve crescer significativamente, o que fortalecerá os resultados financeiros da Rumo no curto e médio prazo, acredita o Santander.

Embora o cenário atual seja promissor, o relatório do Santander alerta que fatores de risco, como mudanças regulatórias e oscilações climáticas, podem impactar a operação da companhia.

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