EXAME Agro

Sobretaxa de 50% dos EUA é 'indecente', afirma ministro da Agricultura

Segundo Carlos Fávaro, o Brasil buscará a ampliação de mercados para o agro

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 10 de julho de 2025 às 17h43.

Última atualização em 10 de julho de 2025 às 17h52.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O ministro de Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, chamou de "indecente" a imposição de uma sobretaxa de 50% a todos os produtos brasileiros, pelos Estados Unidos. A medida, anunciada na quarta-feira em uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo mandatário americano, Donald Trump, passará a vigorar a partir do próximo dia 1º de agosto.

— Diante da ação indecente do governo americano, em taxar em 50% as exportações brasileiras, já estamos agindo de forma proativa — afirmou o ministro, em um vídeo divulgado pela pasta nesta quinta-feira.

Fávaro relatou ter telefonado para as principais entidades representativas dos setores mais afetados. Mencionou como exemplos os setores de suco de laranja, carne bovina e café. Disse que, junto com o agro, buscará novos mercados para as exportações brasileiras.

— [Vamos] ampliar as ações que já estamos realizando nos dois anos e meio do governo do presidente Lula: em ampliar mercados, reduzir barreiras comerciais e dar oportunidade de crescimento para a agropecuária brasileira.

Ele informou que vai reforçar essas ações, buscando os mercados mais importantes do Oriente Médio, do Sul Asiático e do Sul Global (que abrange as nações em desenvolvimento). Explicou que são países que têm grande potencial consumidor e podem ser uma alternativa para as exportações brasileiras.

— As ações diplomáticas do Brasil estão sendo tomadas em reciprocidade. As ações proativas acontecerão aqui no Ministério da Agricultura e Pecuária [Mapa], para minimizar os impactos. Aqui é a casa da agropecuária brasileira. Estamos juntos e vamos superar este momento difícil — disse o ministro.

Na carta enviada por Trump e devolvida à Casa Branca pelo governo brasileiro em sinal de protesto, o presidente dos EUA volta a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro — segundo ele, perseguido pelo Judiciário brasileiro. Afirma que não há liberdade de expressão no Brasil e declara, equivocadamente, que o Brasil tem um superávit comercial com os americanos.

Em resposta, Lula indicou que poderá adotar a reciprocidade com os EUA. O presidente brasileiro também reafirmou que o Brasil é soberano que não admite interferências em assuntos internos.

Acompanhe tudo sobre:Carlos FávaroEstados Unidos (EUA)Luiz Inácio Lula da Silva

Mais de EXAME Agro

Brasil usará método que mede emissões de metano para estimular pecuária sustentável

Bacon dos EUA no Brasil? Americanos pedem abertura de mercado para carne suína em audiência

De ex-embaixador à economia: a contraofensiva do setor de café brasileiro para derrubar o tarifaço

Produtores pedem que carne brasileira seja vetada nos EUA: 'tarifas não são suficientes'