Suco de laranja: Trump isenta produto brasileiro das taxas adicionais
Redação Exame
Publicado em 15 de novembro de 2025 às 10h09.
O governo dos Estados Unidos oficializou nesta quinta-feira, 14, a retirada do suco de laranja brasileiro da lista de produtos sujeitos às tarifas recíprocas, em vigor desde o início do ano.
A decisão foi publicada com a atualização do Executive Order 14257, que definiu os itens isentos da tarifa adicional de 10%. Tanto o suco concentrado congelado (FCOJ) quanto o não concentrado (NFC) estão agora integralmente contemplados no Anexo II, sem qualquer tipo de limitação tarifária.
A isenção vale para todos os produtos classificados sob os códigos tarifários (HTSUS) específicos dessas categorias.
A medida representa um respiro para o setor brasileiro de suco, especialmente em um cenário global desfavorável, com queda nos preços internacionais e retração no consumo dos principais mercados.
As exportações de suco de laranja brasileiro para os Estados Unidos cresceram 38% de julho a setembro. Nesse período, os EUA importaram 92,7 mil toneladas de FCOJ (Suco de Laranja Concentrado Congelado), com receita de US$ 310 milhões, um aumento de 17% em relação ao mesmo intervalo de 2024/25. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 10, pela CitrusBR.
Ainda que as tarifas recentes tenham sido alteradas, o tradicional imposto de US$ 415 por tonelada de FCOJ — feito antes do chamado Liberation Day — segue ativo.
O alívio parcial, no entanto, reduz o impacto da concorrência internacional e mantém o suco nacional competitivo no mercado americano.
A isenção chega em um momento estratégico. Com a maior oferta de frutas na safra atual e a diminuição na demanda global, a permanência da tarifa extra poderia comprometer ainda mais a rentabilidade das exportações brasileiras.
Os EUA foram responsáveis por 49% das exportações do Brasil, consolidando-se como o principal destino dos embarques no primeiro trimestre da nova temporada, mostra a CitrusBR.
Por outro lado, os embarques para a Europa caíram 23% de julho a setembro, totalizando 89 mil toneladas, em razão da falta de demanda, segundo Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR.
“O sentimento geral é que os altos preços da safra passada, aliados a problemas de qualidade causados pelo clima, influenciaram as escolhas dos consumidores, que migraram para outros produtos”, afirmou em nota.