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Abin Paralela: PF vê responsabilidade criminal de Bolsonaro, mas não indicia ex-presidente; entenda

Investigadores apontam que ex-presidente integrou organização criminosa junto com o seu filho Carlos Bolsonaro e o deputado federal Alexandre Ramagem, que negam as acusações

Bolsonaro: ex-presidente já responde no STF por ação da trama golpista (AFP)

Bolsonaro: ex-presidente já responde no STF por ação da trama golpista (AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 18 de junho de 2025 às 07h15.

A Polícia Federal apontou a participação de Jair Bolsonaro no esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), mas o ex-presidente não foi relacionado na lista de indiciados porque já responde pela mesma acusação no Supremo Tribunal Federal (STF) na ação da trama golpista.

No relatório final da investigação do caso conhecido como Abin paralela, a PF apontou indícios da participação de Jair Bolsonaro na rede de espionagem ilegal da agência de inteligência. Segundo investigadores, o ex-presidente tinha conhecimento do esquema e era o principal beneficiário dele.

Mas a corporação entendeu que caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) avaliar se o ex-presidente deverá responder pelo crime de organização criminosa em dois inquéritos diferentes, o da Abin paralela e o da trama golpista.

Durante as investigações da Abin paralela, a PF compartilhou provas com o inquérito da trama golpista por entender que havia conexão entre os casos.

Em março deste ano, Bolsonaro se tornou réu por integrar uma organização criminosa que tramou um golpe. Agora, com a conclusão da investigação da Abin paralela, a PGR deverá decidir se o ex-presidente será acusado pelo mesmo crime no STF.

Ao apresentar a lista de indiciados no caso da Abin paralela, a PF indicou 36 pessoas que integravam de diferentes modos o esquema. Entre eles, estão o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL), o ex-diretor da da agência de inteligência Alexandre Ramagem e o atual diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa. Os suspeitos negam as acusações.

Segundo a PF, o grupo teria se utilizado de ferramentas de monitoramento clandestino para espionar autoridades, adversários políticos, jornalistas, ambientalistas, advogados, além de espalhar fake news.

As investigações envolvendo o caso da "Abin paralela" no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro tiveram início após o GLOBO revelar, em março de 2023, a compra de um sistema espião pela Agência Brasileira de Inteligência para monitorar a localização de alvos pré-determinados em todo o país.

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