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ABNT propõe que mecânicos com 2 anos de experiência atuem em carros elétricos

A associação publicará uma regulamentação com requisitos de segurança para profissionais que atuam na manutenção de veículos elétricos e híbridos

Carro passa por inspeção do motor e funções elétricas na fábrica da Ford em Camaçari (BA) (Divulgação/Ford)

Carro passa por inspeção do motor e funções elétricas na fábrica da Ford em Camaçari (BA) (Divulgação/Ford)

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 19h02.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) apresentará na COP 30, em Belém, uma norma para estabelecer pela primeira vez no país requisitos de segurança e capacitação para mecânicos que atuam na manutenção de veículos elétricos e híbridos.

O documento intitulado Prática Recomendada ABNT PR 1025 prevê que profissionais com escolaridade até o 5º ano do Ensino Fundamental devem ter quatro anos como ajudante ou dois como mecânico automotivo para trabalharem no conserto de carros desta categoria.

Para quem tiver curso profissionalizante na área elétrica ou eletrônica, a exigência cai para um ano, enquanto os profissionais que tiverem curso técnico ou ensino superior precisam ter um ano como mecânico de tração elétrica (alta-tensão e bateria automotiva).

A regulamentação obtida com exclusividade pela EXAME deve ser publicada nos próximos dias. As mecânicas não têm obrigação de observar a norma, mas grandes estabelecimentos costumam cumprir as regras da ABNT em busca de padrão de qualidade e melhoria de serviços.

“A eletrificação trouxe novos riscos e exigências técnicas para o setor automotivo. A PR 1025 cria um padrão de competência que garante segurança, qualificação e qualidade técnica aos profissionais, alinhando o Brasil às melhores práticas internacionais”, afirma Mário William Esper, presidente da ABNT.

Operação em alta tensão

Esper afirma que a norma é fundamental para a transição da mobilidade elétrica e “preenche uma lacuna histórica ao estabelecer parâmetros claros de capacitação e segurança para o reparo de veículos eletrificados”. A norma é vista como importante por se tratar de veículos com sistemas elétricos que operam com alta tensão e corrente contínua.

O texto levou quase dois anos para ser concluído no Comitê Brasileiro de Veículos Rodoviários e contou com coordenação técnica do Instituto da Qualidade Automotiva (IQA), além da participação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), do Sindicato Nacional da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa Brasil), do Senai e de especialistas de montadoras, oficinas e centros de pesquisa.

O superintendente do IQA, Alexandre Xavier, que coordenou o grupo técnico, diz que a regulamentação é um marco para o setor.

“A PR 1025 orienta o reparador sobre os processos de qualidade e segurança que devem ser seguidos no atendimento, no reparo e na guarda de veículos elétricos. É uma base sólida para treinamentos, certificações e para a criação de programas de capacitação em larga escala”, afirma.

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