Brasil

Mendonça, do STF, determina que bets credenciadas pela Loterj só poderão atuar no Rio

Ministro deu cinco dias para que a Loterj e o estado cumpram a decisão

Decisão do STF: apostas online limitadas ao território fluminense (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Decisão do STF: apostas online limitadas ao território fluminense (Carlos Moura/SCO/STF/Flickr)

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 15h45.

Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 16h33.

Tudo sobreApostas esportivas
Saiba mais

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 2, em decisão liminar, que as empresas de apostas esportivas online credenciadas pela Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) só podem operar dentro do território do Rio de Janeiro. O prazo para cumprimento da decisão é de cinco dias.

Mendonça também ordenou que a Loterj e o estado do Rio retomem a obrigatoriedade do uso de mecanismos de geolocalização para garantir a restrição territorial. Além disso, a decisão impede a prática de novos atos que permitam a prestação de serviços de empresas credenciadas fora dos limites do estado.

As bets vinculadas à Loterj estavam operando sem a autorização obrigatória do Ministério da Fazenda, amparadas por uma decisão liminar da Justiça Federal do Distrito Federal. Contudo, a decisão do STF reforça que loterias estaduais só podem credenciar bets para atuação dentro dos seus limites territoriais.

O edital final de credenciamento da Loterj não contemplava mecanismos de geolocalização, sob o argumento de que a anuência do apostador seria suficiente para validar que as apostas online fossem consideradas como realizadas no território do estado. Mendonça destacou: “Por evidente, trata-se de mecanismo para que o Estado extrapole o limite de sua competência territorial.”

O secretário de Prêmios e Apostas, Regis Dudena, afirmou que a interpretação da lei sempre foi "clara" em relação ao tema e que agora foi validada pelo Supremo Tribunal Federal. Dudena espera que a decisão dê estabilidade para o setor.

"O Supremo decidiu que é proibido e que apenas o órgão federal, neste caso a Secretaria de Prêmios e Apostas, pode conceder autorizações em âmbito nacional", disse em entrevista à EXAME na tarde desta quinta-feira. "É uma luta complexa. Quer crer que com a decisão do Supremo, teremos uma estabilidade", afirmou.

Mercado nacional regulado

Desde esta quarta-feira, o mercado regulado de apostas esportivas no Brasil entrou em vigor. Empresas autorizadas precisam cumprir diversas exigências, como análise da capacidade financeira dos jogadores, adequação de publicidade e regulamentação dos métodos de pagamento. Até o momento, 14 empresas receberam autorização definitiva do Ministério da Fazenda, enquanto outras 52 têm autorização provisória, sujeita à regularização documental ou técnica.

Essas plataformas pagaram uma outorga de R$ 30 milhões à União para obter a licença de operação. A decisão do STF fortalece o processo de regulamentação, garantindo que as competências estaduais e federais sejam respeitadas.

A decisão marca um passo importante para a regulação do mercado de apostas no Brasil, preservando os limites territoriais e garantindo maior segurança jurídica ao setor.

Com informações da Agência O Globo. 

Acompanhe tudo sobre:Apostas esportivas

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto de lei que dificulta aborto legal em crianças

Após megaoperação, Moraes abre inquérito sobre crime organizado no Rio

PEC que flexibiliza privatização da Copasa é aprovada na Assembleia de Minas

Câmara aprova urgência de projeto que dificulta aborto legal em crianças