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Apagão: entenda os próximos passos da investigação

Incêndio na subestação de Bateias é o foco da investigação; autoridades devem levar até um mês para concluir relatório

Publicado em 15 de outubro de 2025 às 06h49.

Após uma falha em uma subestação no Paraná que levou a um apagão em todos os estados do país, as autoridades devem levar cerca de um mês para produzir um relatório que aponte as causas que levaram à ocorrência.

Segundo o governo, uma "falha técnica pontual" em um equipamento da subestação causou o apagão. Representantes de diferentes autoridades do setor elétrico se reuniram nesta terça para tratar da interrupção de energia.

Investigações sobre a causa do apagão e ações em andamento

As investigações sobre as causas da falha começaram nesta terça-feira e devem se alongar pelo menos em até um mês, período em que o Operador Nacional do Sistema (ONS) vai levar para concluir o Relatório de Análise de Perturbação (RAP). O documento fará uma análise detalhada do ocorrido.

Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) começa ainda nesta quarta-feira a fiscalização na subestação de Bateias, no Paraná. A análise dos técnicos vai subsidiar o relatório do ONS, que é feito em colaboração com a Aneel.

Falha e incêndio na subestação de Bateias

O MME informou que um incêndio em um reator da subestação provocou o apagão, segundo o Ministério de Minas e Energia (MME). Em nota divulgada nesta manhã, a pasta informou que o fogo teve início no reator da Subestação de Bateias, localizada na região metropolitana de Curitiba, por volta de 0h32. Ainda não há confirmação sobre o que causou o incêndio.

A falha comprometeu o funcionamento do Sistema Interligado Nacional (SIN), responsável por conectar usinas e linhas de transmissão em todo o território brasileiro. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que coordena o SIN, afirmou que a interrupção afetou o fornecimento de energia em diversos estados e que a recomposição das cargas foi feita de forma controlada.

São Paulo foi um dos estados mais afetados

Em São Paulo, a Enel informou à EXAME que 937 mil clientes tiveram o fornecimento interrompido às 0h32 devido à atuação do ERAC. A distribuidora afirmou que o serviço foi normalizado em oito minutos, por volta das 0h40.

No Rio de Janeiro, a Light relatou à reportagem que cerca de 450 mil consumidores ficaram sem luz, principalmente na Zona Norte, Zona Oeste e Baixada Fluminense. O fornecimento foi retomado em cerca de 30 minutos.

Estados como Amazonas, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e Santa Catarina também registraram interrupções, mas as concessionárias locais ainda não detalharam o número de consumidores afetados.

ONS fará reunião com empresas para apurar causas

O ONS informou que uma reunião com os principais agentes do setor elétrico está marcada para esta terça-feira, a fim de discutir as causas e os efeitos do apagão.

O órgão também vai realizar uma análise preliminar da perturbação e promete entregar até sexta-feira, 17, um Relatório de Análise da Perturbação (RAP) com as conclusões iniciais.

Especialista aponta fragilidade do SIN e os desafios do sistema

O professor de engenharia elétrica da Universidade de Brasília e ex-superintendente da Aneel, Ivan Camargo, ressalta que ocorrências como incêndios em reatores são comuns. Segundo ele, nesse caso, alguma falha maior do que a que foi apontada até o momento causou o efeito dominó sobre o resto do sistema elétrico.

"Tivemos um incêndio em um reator, esses incêndios, ou eliminação de reatores em subestações, isso ocorre com frequência, e não acontece nada. Dessa vez, aconteceu, com certeza, mais alguma coisa, que a gente ainda não sabe", explica.

Segundo ele, o SIN, em geral, enfrenta um momento delicado. O especialista ainda cita o episódio do Dia dos Pais deste ano, em que o ONS quase teve de lidar com um colapso por conta do excesso de geração de energia renovável.

"O nosso sistema está frágil, em um momento muito delicado. Por falta de organização, por falta de planejamento, por falta de governança, tem várias coisas acontecendo que não estão boas."

*Com informações do O Globo

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