Repórter
Publicado em 4 de novembro de 2025 às 18h37.
Após criticar as mortes durante a megaoperação no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia a aprovação do projeto de lei antifacção, que foi enviado ao Congresso nesta sexta-feira.
A declaração do chefe de estado foi feita nesta terça-feira, 4, nas redes sociais, em meio à sua passagem por Belém (PA), às vésperas da COP30.
"O governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções", disse Lula.
O presidente também enfatizou a importância da PL Antifacção e a PEC da Segurança Pública para o combate do crime organizado e integração de esforços do governo federal com os governos estaduais e municipais.
"Para sustentar esses avanços, o Governo enviou ao Congresso o PL Antifacção, que endurece as penas e asfixia financeiramente as facções; e a PEC da Segurança Pública, que moderniza e integra as forças policiais, incorpora as Guardas Municipais e garante recursos permanentes para estados e municípios", explicou o presidente. "Essas medidas completam o ciclo da segurança: investigação mais eficaz, integração institucional e base legal sólida — uma combinação que consolida o enfrentamento ao crime no Brasil."
Na publicação, o presidente destacou as ações do governo federal na área da segurança pública diante da crise no Rio de Janeiro.
De acordo com Lula, desde 2023, a gestão federal já enfraqueceu as facções criminosas financeiramente, impactando suas ações. "Desde 2023, as ações do Governo já retiraram R$ 19,8 bilhões das mãos de criminosos, o maior prejuízo já imposto ao crime, enfraquecendo lideranças e redes financeiras".
O político também ressaltou que o número de operações da Polícia Federal (PF) aumentou 80% desde 2022, passando de 1.875 para 3.393 em 2024. Em 2025, já foram realizadas 2.922 operações até o mês de outubro.
"Nas rodovias, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 850 toneladas de drogas em 2024 — recorde", afirmou o presidente.
E acrescentou: "A inteligência e a integração também avançaram. Em setembro, inauguramos em Manaus o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) — iniciativa inédita entre nove países da Pan-Amazônia e nove estados brasileiros, para combater tráfico, garimpo ilegal e crimes ambientais".
O Governo do Brasil está atuando para quebrar a espinha dorsal do tráfico de drogas e do crime organizado. Com mais inteligência, integração entre as forças de segurança e foco nos cabeças do crime — quem financia e comanda as facções.
Desde 2023, as ações do Governo já…
— Lula (@LulaOficial) November 4, 2025
Batizada de Operação Contenção, a ação realizada entre as polícias Civil e Militar nesta terça-feira, 28, foi considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro, com saldo de 121 mortos, 113 pessoas presas e mais de 90 fuzis apreendidos, de acordo com dados divulgados pelo governo do estado, na quarta-feira.
Os confrontos começaram após o cerco de forças de segurança às comunidades da Penha e do Alemão, áreas sob domínio do grupo Comando Vermelho. A ação desencadeou uma série de reações do tráfico, incluindo bloqueios em vias expressas e paralisações no sistema de transporte público.
Segundo o governo do Rio, o objetivo da operação foi conter a expansão territorial da facção. Em contrapartida, organizações civis e moradores relataram denúncias de execuções, remoção de corpos e uso excessivo da força por parte dos policiais.