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Após tarifaço de Trump, Eduardo ataca Tarcísio por diálogo com empresários: 'Subserviência servil'

Deputado licenciado critica postura do governador, sob o argumento de que ele deveria pressionar pela anistia dos envolvidos no 8 de janeiro

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo entra em atrito com o governador de SP Tarcísio de Freitas (Republicanos)  (Agência Câmara/Agência Câmara)

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo entra em atrito com o governador de SP Tarcísio de Freitas (Republicanos) (Agência Câmara/Agência Câmara)

Agência o Globo
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Publicado em 15 de julho de 2025 às 11h15.

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou, na manhã desta terça-feira, 15, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por participar das articulações com empresários sobre o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros. A crítica veio após o ex-ministro da Infraestrutura do governo Jair Bolsonaro integrar as negociações com o setor privado em busca de uma reação às tarifas de até 50% anunciadas pela gestão de Donald Trump.

Nas redes sociais, Eduardo acusou Tarcísio de agir com “subserviência servil às elites” ao aceitar o diálogo. Para o filho do ex-presidente, o governador deveria, em vez disso, priorizar o que chamou de “fim do regime de exceção”, em referência às condenações do 8 de Janeiro.

“Prezado governador, se você estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio, estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você, a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo.

A declaração acirra o distanciamento entre Tarcísio e a ala mais radical do bolsonarismo, que tem apostado na narrativa de que a solução para o imbróglio comercial passa pela anistia aos condenados pelos atos golpistas de 2023.

Inicialmente, Tarcísio adotou um tom crítico ao governo federal, responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo endurecimento da política comercial americana. Disse que a “insegurança jurídica” e a “agenda ideológica” do Planalto vinham afastando investidores e manchando a imagem do país no exterior. Com a escalada da crise, no entanto, o governador mudou de posição: passou a defender o diálogo e decidiu organizar, paralelamente ao Planalto, rodadas de reunião com empresários em São Paulo.

O novo ataque de Eduardo ocorre um dia após o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciar que o governo federal irá liderar uma série de reuniões com representantes da indústria e do agronegócio para debater os impactos das sanções americanas e buscar saídas para o impasse. Em Brasília, Alckmin coordena os encontros nesta terça-feira com diferentes setores da indústria e do agronegócio.

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