Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2025 às 12h14.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 12h18.
Um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu, na manhã desta quinta-feira, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, no Palácio da Alvorada.
A agenda durou cerca de 2 horas e não constava nos compromissos oficiais divulgados pela Presidência.
Os ministros discutiram qual será o caminho adotado pelo governo na reação. Rui vai integrar o grupo de trabalho que será criado pelo governo federal para formular a resposta à medida americana.
A equipe reunirá técnicos e integrantes de diferentes ministérios, como Fazenda, Desenvolvimento, Agricultura e Relações Exteriores, e deve ser coordenada pela Casa Civil.
Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, uma das opções consideradas é a adoção da chamada Lei da Reciprocidade, o que permitiria ao Brasil impor tarifas equivalentes sobre produtos americanos.
A avaliação interna é que a medida anunciada por Trump, em meio à corrida eleitoral nos EUA, tem motivação política e desrespeita os acordos multilaterais de comércio.
A reação do governo deve levar em conta não apenas o impacto econômico das tarifas, mas também o momento geopolítico. Interlocutores apontam que, ao mirar o Brasil, Trump tenta se reposicionar como defensor da indústria americana frente a países emergentes, num movimento semelhante ao que fez em seu primeiro mandato.
Além de Rui Costa, o presidente Lula também tem mantido interlocução direta com o Itamaraty e a equipe econômica para calibrar o tom da resposta. A expectativa é que um posicionamento mais claro seja apresentado nos próximos dias.
O ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, também está na residência oficial da Presidência, mas os despachos entre os dois já estavam previstos para esta manhã.