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Após Trump anunciar tarifaço nos EUA, Lula critica medidas arbitrárias unilaterais de países

Ao lado do líder indonésio, presidente defendeu a criação de mercado global de biocombustíveis e afirmou que padrões não podem ser impostos por potências que desequilibram o comércio

Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula afirmou, em discurso ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, que padrões devem ser definidos no âmbito multilateral, e não impostos por blocos ou governos individuais (Mauro PIMENTEL / AFP)

Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula afirmou, em discurso ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, que padrões devem ser definidos no âmbito multilateral, e não impostos por blocos ou governos individuais (Mauro PIMENTEL / AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 9 de julho de 2025 às 16h59.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira, iniciativas unilaterais de países desenvolvidos que impõem regras ao comércio internacional. Sem citar diretamente os Estados Unidos, Lula afirmou, em discurso ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, que padrões devem ser definidos no âmbito multilateral, e não impostos por blocos ou governos individuais. A fala ocorre após o presidente americano, Donald Trump, ter anunciado um tarifaço sobre importações de produtos de países como China e Vietnã.

— Juntos, podemos criar um mercado global de biocombustíveis, que contribuirá para descarbonizar os setores marítimo e de aviação. É possível produzir bioenergia de forma sustentável. Mas a definição de padrões de sustentabilidade deve ser feita na esfera multilateral, e não imposta unilateralmente por alguns países ou blocos — afirmou Lula, durante cerimônia no Palácio do Planalto.

O presidente brasileiro disse ainda que Brasil e Indonésia se opõem a classificações arbitrárias que desequilibram o comércio e aprofundam assimetrias entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. A crítica reforça o incômodo do governo brasileiro com medidas americanas que estariam funcionando como barreiras comerciais.

A agenda ambiental foi um dos destaques do encontro entre Lula e Prabowo, que estiveram juntos na Cúpula do BRICS, no Rio de Janeiro, e se reuniram oficialmente nesta quarta em Brasília. Os dois países articulam o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, previsto para a COP30, e pretendem cobrar maior financiamento internacional para a preservação de biomas como a Amazônia e Bornéu.

Além da pauta ambiental, Lula e Prabowo anunciaram cinco acordos bilaterais e trataram de temas como segurança alimentar, comércio de carnes e cooperação educacional. A Indonésia, maior país muçulmano do mundo, foi elogiada por Lula por sua atuação em defesa da paz na Palestina e da via diplomática na guerra da Ucrânia.

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