Brasil

Após ultimato médico, Michelle volta a limitar visitas e contatos de integrantes do PL com Bolsonaro

Ex-presidente não voltou a ter crises de soluço nesta quinta, diz médico

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2025 às 07h57.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro restringiu os contatos de aliados do marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por tempo indeterminado, enquanto ele estiver em recuperação de uma esofagite provocada pelo uso prolongado de sonda pós-operatória.

Bolsonaro voltou a se sentir mal na terça-feira, 1º, e cancelou as agendas do mês, após receber um ultimato médico para que se resguardasse.

A exemplo do que fez quando Bolsonaro se submeteu a um procedimento no abdômen, em abril, Michelle emitiu um comunicado ao líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), pedindo para que parlamentares não fizessem contato por tempo indeterminado. Visitas também estão restritas.

"Falei com a Michelle, que me solicitou que pedisse à bancada para evitar contatos, convites para eventos, já que o presidente é resistente às restrições do tratamento. Eu mesmo não falei com ele depois disso", afirma Sóstenes.

Trata-se de mais um episódio em que Michelle limitou o acesso de aliados ao ex-presidente e ditou os rumos do seu tratamento de saúde.

No começo do ano, a escolha para que a cirurgia ocorresse em Brasília, e não em São Paulo, onde o ex-presidente foi internado outras vezes, teve relação com a intenção dela de evitar que o marido ficasse sob os cuidados do antigo médico, Antonio Luiz Macedo.

Nos primeiros dias de internação, a exemplo do que acontece agora, Michelle foi decisiva para que os contatos telefônicos do ex-mandatário fossem feitos apenas com quem ela autorizasse e fez chegar aos aliados que pensaram que teriam entrada livre no hospital, a mensagem de que apenas familiares e pessoas autorizadas por ela conseguiriam contato direto, como o deputado Luciano Zucco (PL-RS) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

A opção por tirá-lo de São Paulo no momento da cirurgia o afastou do núcleo político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o que irritou aliados. Desta forma, ela passou a intermediar os contatos dele com lideranças do PL e a fazer uma espécie de "triagem" sobre quem poderia ter conversas estratégicas.

No hospital, figuras como os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Damares Alves (Republicanos-DF) ficaram na recepção e se contentaram em conversar com os médicos responsáveis pela cirurgia.

Desde abril, o ex-mandatário vem sofrendo com recorrentes crises de soluço. Para evitar novas crises do tipo, alertaram os médicos, Bolsonaro deverá ficar de repouso e realizar exercícios regulares. De acordo com o cirurgião Cláudio Birolini, que acompanha o estado de saúde do paciente, o ex-presidente apresentou melhora nesta quinta.

"Falei com ele por mensagem, me falou que estava se sentindo bem, sem novas crises de soluço", afirmou na quinta ao jornal O Globo. Uma nova cirurgia está descartada pela equipe médica.

O novo mal-estar acendeu o alerta da cúpula do PL. Além da preocupação natural com a saúde de Bolsonaro, há o temor de que os seguidos episódios hospitalares passem a imagem de fragilidade do principal quadro do partido. Bolsonaro segue se colocando como candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível.

Os problemas de saúde de Bolsonaro são vistas no partido como brecha para que nomes da esquerda e até da direita que postulam o Palácio do Planalto passem a questionar a sua capacidade de entrar na corrida eleitoral.

Por isso, a recomendação no partido é a de não contar com Bolsonaro em nenhum evento até que exista uma liberação médica.

Com a mudança no quadro de saúde, Bolsonaro cancelou as agendas previstas em Santa Catarina e Rondônia. A ausência nos compromissos foram comunicados a aliados ontem, depois de o ex-presidente faltar ao evento do PL 60+ na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O ex-presidente havia retomado as agendas após ficar afastado devido a uma pneumonia infecciosa. Desde então, Bolsonaro fazia tratamento com antibióticos.

A recomendação médica era de repouso e redução de atividades públicas, mas o ex-mandatário esteve presente na manifestação na Avenida Paulista, no domingo, e viajou para Belo Horizonte na semana passada.

Acompanhe tudo sobre:Jair BolsonaroMichelle BolsonaroDoençasMédicos

Mais de Brasil

Prouni: inscrições terminam nesta sexta-feira (4); saiba como se inscrever

Corpo de Juliana Marins será velado e cremado nesta sexta em Niterói

Em meio à crise institucional, narrativa do governo Lula emplaca nas redes

Fraude no INSS: como será plano do governo para devolver descontos irregulares para aposentados