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As ruas que o governo teme

Um fantasma ronda os corredores do planalto. É o medo das ruas, que passou a preocupar o governo de Michel Temer após a saída de Geddel Vieira Lima e as últimas manobras de autopromoção do Congresso. Neste domingo, o movimento Vem Pra Rua convocou manifestações em 18 estados e 74 cidades contra a corrupção, pelo […]

PROTESTO NA AVENIDA PAULISTA: quantas almas virtuosas não serão usadas pelo que há de menos íntegro na nossa sociedade? / REUTERS/Fernando Donasci

PROTESTO NA AVENIDA PAULISTA: quantas almas virtuosas não serão usadas pelo que há de menos íntegro na nossa sociedade? / REUTERS/Fernando Donasci

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 05h56.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h00.

Um fantasma ronda os corredores do planalto. É o medo das ruas, que passou a preocupar o governo de Michel Temer após a saída de Geddel Vieira Lima e as últimas manobras de autopromoção do Congresso. Neste domingo, o movimento Vem Pra Rua convocou manifestações em 18 estados e 74 cidades contra a corrupção, pelo fim dos privilégios dos governantes e a favor da Lava Jato. Movimentos de esquerda, como a CUT e a UNE, tumultuaram a Esplanada dos Ministérios durante a semana.

Renegado por movimentos de esquerda desde o primeiro dia de governo, Temer sempre manteve boas relações institucionais com o congresso e um apoio condicional de movimentos que movimentaram as ruas para o impeachment de Dilma, como o Movimento Brasil Livre e o Vem Pra Rua. Com as últimas reviravoltas, o medo no planalto é que esses últimos movimentos, que estão do lado do governo enquanto este encabeçar reformas econômicas, se voltem contra Temer e passem a engrossar o coro pela saída do presidente.

Para o analista político e colunista de EXAME Hoje, Joel Pinheiro da Fonseca, Temer não tem apoio incondicional da base e tem de tomar cuidado com uma virada da maré. “O combate à corrupção é a cabeça e o coração das manifestações, o governo não pode se mostrar ao lado de pautas que essa militância repudia”, afirma.

Líderes de esquerda, como Guilherme Boulos e Marcelo Freixo, afirmam que é impensável caminhar ao lado do MBL ou do Vem Pra Rua pedindo a saída do governo, diante de pautas que não podem convergir. As pautas são, de fato, divergentes: a esquerda pede o fim da PEC do Teto dos Gastos e é contrária à reforma no ensino médio; a direita pede o fim da corrupção, a aprovação do projeto das 10 medidas e uma renovação da política. Para Temer, a pressão, venha de onde vier, é uma preocupação e tanto. 

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