TOPSHOT - Esta foto tirada em 16 de outubro de 2024 mostra um avião de passageiros da Qantas na aproximação final ao Aeroporto de Sydney durante o pôr do sol em Sydney. (Foto de Saeed KHAN / AFP) (Foto de SAEED KHAN/AFP via Getty Images) (SAEED KHAN/AFP/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 2 de outubro de 2025 às 12h25.
O avião superou o ônibus de linha como transporte mais utilizado nas viagens pelo Brasil em 2024, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) sobre Turismo, divulgada nesta quinta-feira, 2, pelo IBGE.
As aeronaves responderam por 14,7% do total de deslocamentos, contra 11,9% dos ônibus.
O carro segue na liderança, com mais da metade das viagens realizadas sobre quatro rodas.
A mudança ocorre em um cenário de aumento de 4,7% na renda do trabalho em 2024. Apesar disso, caiu a proporção de domicílios em que houve ao menos uma viagem, reflexo do aumento do custo médio dos roteiros.
No total, foram 20,6 milhões de viagens, número estável em relação a 2023, mas com mais domicílios pesquisados. Os gastos chegaram a R$ 22,8 bilhões, alta de 11,7% em relação ao ano anterior. O gasto médio por viagem com pernoite subiu de R$ 1.706 para R$ 1.843.
Em 2024, o Brasil tinha 77,8 milhões de domicílios, dos quais apenas 19,3% registraram alguma viagem. Mais de 80% não viajaram no período. As viagens ficaram concentradas nos lares com rendimento per capita acima de dois salários mínimos.
Segundo o analista William Kratochwill, o preço segue como barreira: "Isso pode ter inibido a expansão das viagens, porque preço ainda é um fator que contribui muito para determinar a demanda".
A falta de dinheiro foi citada por 39,2% das famílias como principal motivo para não viajar. Entre as de maior renda, o problema apontado foi a falta de tempo. O Acre teve a menor taxa de viagens (7,7%), enquanto o Distrito Federal liderou com 26,7%.
Três quartos dos lares que viajaram fizeram apenas uma viagem, e 96,7% dos roteiros foram nacionais.
O avanço do transporte aéreo foi puxado pelas viagens profissionais, que chegaram a 2,5 milhões em 2024. A participação do avião nesse segmento subiu de 27,1% para 28,8%. Já o ônibus caiu para 11,9% das escolhas.
A renda também pesa: lares com até dois salários mínimos priorizam o ônibus, enquanto os mais ricos optam pelo avião.
O aumento nos gastos também reflete a duração maior das viagens. Cresceram os roteiros com seis ou mais pernoites. Entre famílias com até quatro salários mínimos, a hospedagem ocorre principalmente em casas de parentes; acima desse patamar, hotéis e resorts dominam.
A principal motivação para viajar segue sendo o lazer (85,4%). O sol e a praia lideram, mas perderam espaço para roteiros de cultura e gastronomia, que subiram para 24,4% das escolhas. Já Norte e Nordeste têm forte peso de viagens para tratamento de saúde.
Mais de 80% das viagens foram dentro da mesma região, com o Sudeste liderando como origem e destino, além de ser a região que mais gastou (R$ 8,66 bilhões). Entre os estados, Alagoas teve o maior gasto por pessoa (R$ 3.790), e Rondônia, o menor (R$ 930).