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Baía de Guanabara é tema de debate em eleição no Rio

"A Baía de Guanabara se tornou um mico internacional por estar poluída no momento da Olimpíada e isso chamou a atenção para a questão", disse diretor de ONG


	Baía de Guanabara: "o grande debate é a entrada da iniciativa privada na gestão do saneamento do Rio de Janeiro", comenta geógrafo
 (Matthew Stockman/Getty Images/Getty Images)

Baía de Guanabara: "o grande debate é a entrada da iniciativa privada na gestão do saneamento do Rio de Janeiro", comenta geógrafo (Matthew Stockman/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 16h16.

A visibilidade de questões sobre a <a href="https://exame.com.br/topicos/poluicao"><strong>poluição</strong></a> da Baía de Guanabara durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos deu projeção ao tema do saneamento nas campanhas políticas da região metropolitana do <a href="https://exame.com.br/topicos/rio-de-janeiro"><strong>Rio de Janeiro</strong></a>, avalia a Organização Não Governamental (ONG) Casa Fluminense, que fez um levantamento das propostas apresentadas.</p>

Para o coordenador-executivo da ONG, o geógrafo Henrique Silveira, a sinalização de outras esferas de governo de que parcerias público-privadas podem ganhar espaço no setor nos próximos anos foi outro reforço ao tema.

"São dois seguimentos. A Baía de Guanabara se tornou um mico internacional por estar poluída no momento da Olimpíada e isso chamou a atenção do Brasil e do mundo para a questão. A discussão também voltou no âmbito federal com essa sinalização do governo", avalia o pesquisador.

Apesar disso, a pesquisa aponta que a Baía de Guanabara foi citada diretamente em propostas de apenas 22% dos 45 candidatos a prefeito nas cidades de Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Niterói, Rio de Janeiro e São Gonçalo. O tema do saneamento básico aparece em 40 das 45 candidaturas e a maioria dos concorrentes "traz ideias associadas ao resgate socioambiental de suas cidades", segundo a análise.

O geógrafo acredita que diferentes abordagens sobre o tema surgiram, e elas apontam o caminho que o debate deve tomar nos próximos anos.

Um ponto que diferenciou os candidatos foi a forma como o município deve atuar para promover o saneamento básico: uns defendem a criação de empresas públicas municipais, enquanto outros defendem a concessão à iniciativa privada e fiscalização pelo município.

"O grande debate é a entrada da iniciativa privada na gestão do saneamento do Rio de Janeiro. É provável que o debate, nos próximos meses, seja esse".

No que diz respeito à coleta de lixo, parte dos candidatos propõe a criação de uma empresa municipal, como a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), na capital. A coleta seletiva de lixo também é mencionada nos programas de alguns candidatos.

Henrique Silveira chama a atenção para a necessidade de ações articuladas na câmara metropolitana e afirma que ainda há muita confusão dos candidatos sobre qual é o papel do município, do estado e do fórum que reúne as cidades da região metropolitana.

"Existe um avanço do tema ser mais pautado, mas é necessário aprofundar o conhecimento e a informação sobre o papel do município. É preciso discutir muito esse o saneamento básico".

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