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Banco Central avalia capitalização da Finep, diz Mercadante

Mercadante lembrou que as empresas brasileiras não têm um histórico e uma cultura voltados à inovação

Aloizio Mercadante será o novo ministro de Ciência e Tecnologia (Wikimedia Commons)

Aloizio Mercadante será o novo ministro de Ciência e Tecnologia (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2011 às 20h34.

Rio de Janeiro - A capitalização da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência de fomento vinculada ao ministério da Ciência e Tecnologia, está em curso e tem parecer favorável do Banco Central. A informação foi dada hoje (21) pelo ministro Aloizio Mercadante, em visita ao Rio de Janeiro.

Segundo ele, a partir de agora, a Finep passará por uma preparação técnica para colocá-la na condição de banco de fomento à inovação, projeto que foi anunciado por Mercadante assim que assumiu o ministério no início do mês. “A discussão está bem avançada”, disse.

O ministro informou que a Finep está elaborando a licitação para informatização de todo o seu sistema, visando a modernizar as práticas de gerenciamento, condição necessária para a mudança. “A Finep vem fazendo um excelente trabalho, aumentou muito a capacidade de financiamento à pesquisa, ciência e inovação, mas a orientação da presidenta Dilma [Rousseff] é nós darmos uma grande prioridade à inovação”.

Uma das ideias é que a Finep, como agente financiador, venha a participar dos projetos a exemplo do que ocorre com a BNDES Participações (BNDESPar), subsidiária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “Se o projeto for exitoso, o banco tem bônus e divide o ônus”, observou Mercadante. Segundo ele, isso significa que a Finep poderá entrar de sócia em determinados projetos.

Mercadante lembrou que as empresas brasileiras não têm um histórico e uma cultura voltados à inovação. “A demanda espontânea por inovação é baixa no Brasil”. Ele enfatizou ainda que o país tem nichos de excelência, como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). “Mas, temos poucas experiências de liderança internacional em inovação”.

Um de seus objetivos, segundo revelou, é promover mais parcerias de empresas com institutos de pesquisa e buscar mais recursos para financiar a inovação. Mercadante reconhece que a dificuldade para aumentar os recursos para inovação está no fato do risco que envolve um projeto inovador.

“O sistema financeiro tem aversão ao risco. Então, as instituições públicas [voltadas] para a inovação têm que ter uma grande especialização. A mais avançada que nós temos é a Finep. E nós queremos transformar a Finep em um banco da inovação, numa instituição financeira da inovação, para alavancar mais recursos e andar muito mais rápido”.

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