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Barbosa manda prender João Paulo Cunha

Depois de quase um mês de polêmicas, presidente do STF assinou mandado de prisão de deputado do PT, que deverá se entregar à Polícia Federal

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de fevereiro de 2014 às 16h06.

São Paulo – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, assinou agora há pouco o mandado de prisão de João Paulo Cunha, deputado condenado no processo do mensalão.

A prisão do parlamentar depende do recebimento do documento à Polícia FederalO advogado de Cunha já adiantou que ele deve se entregar ainda hoje.

O deputado está em Brasília e ontem participou de um almoço com manifestantes simpáticos ao PT em frente ao Supremo.

Sua prisão é motivo de polêmicas há quase um mês.

Isso porque Joaquim Barbosa decretou o fim do processo de Cunha -- o chamado trânsito em julgado -- no começo de janeiro. Com os demais condenados, essa etapa foi seguida pela expedição do mandado de prisão.

Já esperando a ordem, João Paulo Cunha foi à Brasília aguardá-la. O presidente do STF, no entanto, tirou férias sem assinar o termo e virou alvo de petistas. O vice-presidente da Câmara, André Vargas, disse que ele se comportava de forma "sádica".

Também dentro do STF a decisão causou constrangimentos. Os ministros que ficaram de plantão no período, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, não assinaram o mandado, a partir do entendimento de que isso era papel apenas do relator do processo do mensalão; ou seja, Barbosa.

Da Europa -- onde passou férias e proferiu palestras -- o presidente da Corte criticou a atitude dos colegas.

"Se eu estivesse como substituto jamais hesitaria em tomar essa decisão", afirmou.

Renúncia

Até agora, Paulo Cunha vem negando a intenção de renunciar ao mandato, como fizeram seu companheiro de partido, José Genoino, e os condenados de outras siglas, Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT). Com isso, teria de enfrentar o processo de cassação em plenário, que hoje acontece sob voto aberto.

"De ontem para hoje a quantidade de telefonemas que recebi de deputados me conforta demais, mas eu não poderia afirmar o que aconteceria (em um processo de cassação) porque não sei", disse ontem.

Atualizado às 16h30

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