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Barroso lista três 'virtudes' que espera de seu substituto no STF

O ex-ministro afirmou que os três nomes ventilados são "muito competentes e capazes", mas que não é positivo só ter uma mulher no STF

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 13 de novembro de 2025 às 18h02.

Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 18h17.

Belém - O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luis Roberto Barroso citou nesta quinta-feira, 13, três virtudes que considera importante para a pessoa que assumirá a sua vaga na Corte: integridade, civilidade e idealismo.

"Integridade significa ser correto, não enganar os outros, não desviar dinheiro. Civilidade é a capacidade de tratar as pessoas com respeito, consideração e competência. Idealismo é a capacidade de viver para além do próprio interesse, encontrar alegria na realização e fazer pelos outros e pelo país", afirmou em conversa com jornalista nos corredores da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

O magistrado afirmou ainda que os três nomes ventilados são "muito competentes e capazes", em referência ao advogado-geral da União, Jorge Messias, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, e o senador Rodrigo Pacheco (PSD). 

Porém, ele disse que o STF ter apenas uma mulher "não é positivo, na defesa de uma indicação feminina de Lula.

"Portanto, no médio prazo, acho que isso precisa ser revertido. Mas não quero parecer que tenho alguma posição contra os homens que estão sendo ventilados, porque os três que têm sido cogitados são muito competentes e capazes. No entanto, há muitas mulheres capazes também", afirmou.

Barroso se aposentou da Corte no último mês de outubro, oito anos antes da aposentadoria compulsória. Na época, o ex-ministro disse que gostaria de viver a vida sem "as responsabilidades do cargo".

Lula adia indicação

Como mostrou a EXAME, presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já escolheu Messias para o cargo, mas adiou a indicação após o Senado ampliar a pressão em favor de Pacheco.

A aprovação apertada da recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi vista um termômetro negativo de uma possível indicação de Messias.

Aliados do presidente acham improvável que ele recue da decisão, mesmo com a pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O plano de Lula é convencer Pacheco a ser o candidato da base do governo na corrida pelo Executivo de Minas Gerais. Além disso, deverá usar o fato de que, caso se reeleja, poderá escolher mais três ministros do STF, o que manteria aceso o sonho de Pacheco de ocupar uma vaga na corte.

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