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Barroso pede sessão extraordinária para julgar descriminalização do aborto

Pedido foi feito na véspera da aposentadoria de ministro; Edson Fachin irá decidir data de julgamento, que ocorrerá no plenário virtual

O ministro Luís Roberto Barroso  (Gustavo Moreno/STF/Divulgação)

O ministro Luís Roberto Barroso (Gustavo Moreno/STF/Divulgação)

Agência o Globo
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Publicado em 17 de outubro de 2025 às 14h36.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu para ser marcada uma sessão extraordinária, no plenário virtual, para retomar o julgamento sobre a descriminalização do aborto. Cabe ao presidente do STF, Edson Fachin, marcar o julgamento.

O pedido de Barroso foi apresentado na véspera de sua saída da Corte, marcada para este sábado. Na semana passada, o ministro anunciou sua decisão de antecipar a aposentadoria.

Voto de Rosa Weber

O voto do ministro será somado ao da ministra Rosa Weber, que se manifestou a favor da descriminalização pouco antes de se aposentar, em 2023. Na ocasião, Rosa afirmou que “a maternidade é escolha, não obrigação coercitiva”, e classificou a criminalização como uma forma de violência institucional contra as mulheres.

Barroso havia retirado o caso do plenário virtual em setembro de 2023, ao pedir destaque logo após o voto de Rosa Weber. Nesta sexta, ele cancelou o destaque.

Como presidente do STF nos últimos dois anos, caberia ao ministro incluir o processo em pauta, mas ele optou por não fazer isso durante sua gestão, por considerar que o debate na sociedade não está "maduro".

Voto antes da aposentadoria

Na semana passada, logo após anunciar sua aposentadoria, o ministro afirmou que ainda não havia decidido se iria votar na ação antes de se aposentar, por temer um "ambiente ainda mais turbulento".

"Eu ainda posso votar (sobre o aborto). Mas a consideração que estou fazendo é: nós já vivemos um momento com muitos temas delicados acontecendo ao mesmo tempo e os riscos de uma decisão divisiva criar um ambiente ainda mais turbulento no país", declarou Barroso na quinta.

A ação que está sendo julgada foi apresentada pelo PSOL em 2017 e pede que o STF exclua do alcance de dois artigos do Código Penal os abortos realizados nas primeiras 12 semanas de gestação. O partido argumenta que a criminalização fere princípios constitucionais como dignidade humana, igualdade, liberdade, saúde e os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres.

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