Agência de notícias
Publicado em 17 de julho de 2025 às 13h19.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu que seu filho 03, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), permaneça nos Estados Unidos mesmo depois do prazo regimental para o seu afastamento, que se encerra neste domingo. Depois deste prazo, o mandato do parlamentar poderia ser cassado por acumular faltas em sessões.
Licenciado do próprio mandato desde março, Eduardo diz que não renunciará ao posto. O irmão dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), defendeu que ele cumpra o prazo previsto para faltar às sessões, sem renunciar imediatamente.
"Pelo que eu sei, ele (Eduardo) não vem pra cá (para o Brasil), ele vai ser preso no aeroporto. Com todo o respeito aos parlamentares presentes, ele é mais útil lá fora do que cumprindo mandato", disse o ex-presidente ao deixar o gabinete de Flávio, nesta quinta-feira, 17.
Flávio afirmou que a decisão não precisa ser tomada neste momento.
"Depois do prazo da licença, ele ainda poderia faltar às sessões, ainda teria muito prazo para se decidir. Não é algo para ser decidido agora, ele pode cumprir este prazo até o fim", completou.
Depois de amparar uma crise entre Eduardo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), por posicionamentos em relação ao "tarifaço" do governo americano sobre produtos brasileiros, Bolsonaro defendeu que o chefe do Executivo paulista siga em interlocução por uma saída para a questão econômica.
Tarcísio estabeleceu diálogo com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, e procurou ao menos dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para consultá-los sobre a possibilidade de a Corte autorizar uma viagem de Bolsonaro para negociar com Trump.
"Tarcísio está fazendo a parte dele, parabéns pro Tarcísio. Ele está buscando o apoio de exportadores, de empresários, é uma voz importante no estado de São Paulo, que tem quase 40% do PIB. Mas ele não vai, o Trump, no meu entender, resolver a questão dos exportadores de São Paulo. É o Brasil como um todo. O Tarcísio faz mais do que o Itamaraty", disse.
Bolsonaro voltou a negar ter participado da negociação que culminou na taxação de produtos brasileiros.
"Se eu fosse o presidente, o acordo já teria sido feito, nos moldes da argentina, onde 80% dos produtos não são taxados. Se o Lula me devolver o passaporte, eu negocio o tarifaço com o Trump", concluiu.