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Bolsonaro diz que teve alucinação e procurava escuta ao violar tornozeleira

Na ata de audiência de custódia, o ex-presidente disse que teve 'certa paranoia' com combinação de medicamentos

Bolsonaro: ex-presidente nega ter recebido ferro de solda de outra pessoa ( Ton Molina/Getty Images)

Bolsonaro: ex-presidente nega ter recebido ferro de solda de outra pessoa ( Ton Molina/Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 23 de novembro de 2025 às 13h49.

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi mantido preso após audiência de custódia no início da tarde deste domingo, 23. No procedimento padrão, em que o juiz ouve o detido sobre as condições em que a prisão foi efetuada, Bolsonaro disse ter tido uma "certa paranoia" que o levou a mexer na tornozeleira com um ferro de solda.

De acordo com a ata da audiência de custódia, Bolsonaro disse que tem tomado medicamentos receitados por diferentes médicos e que interagiram de forma inadequada. O ex-presidente também afirmou que não tem dormido direito e, na madrugada de sexta para sábado, "por volta da meia noite", mexeu no equipamento.

"O depoente afirmou que estava acompanhado de sua filha, de seu irmão mais velho e um assessor na sua casa e nenhum deles viu a ação do depoente com a tornozeleira", diz a ata da audiência de custódia. "Informou que as demais pessoas que estavam na casa dormiam e que ninguém percebeu qualquer movimentação."

Escuta na tornozeleira

Bolsonaro disse à juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que teve uma alucinação, achando que havia uma escuta na tornozeleira e por isso resolveu abrir a tampa do equipamento.

"Afirmou o depoente que, por volta de meia-noite mexeu na tornozeleira, depois 'caindo na razão' e cessando o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes de sua custódia".

O ex-presidente explicou que estava tomando um dos medicamentos há apenas quatro dias e que nunca tinha tido surtos do tipo antes. Bolsonaro disse ainda que não teve qualquer intenção de fuga e não houve rompimento da cinta.

"Sobre a vigília convocada por seu filho, afirmou o depoente que o local da vigília fica a setecentos metros da sua casa, não havendo possibilidade de criar qualquer tumulto que pudesse facilitar hipotética fuga", diz a ata. 

A juíza perguntou se Bolsonaro recebeu o ferro de solda de outra pessoa ou se já tinha o equipamento em casa. "Afirmou o depoente que tinha o equipamento em casa."

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