Ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu evitar agendas públicas (Mateus Bonomi / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 23 de julho de 2025 às 10h47.
Última atualização em 23 de julho de 2025 às 10h48.
Após sua defesa questionar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), se poderá conceder entrevistas, o ex-presidente Jair Bolsonaro decidiu evitar agendas públicas enquanto aguarda uma resposta. Segundo aliados, ele deve participar de reuniões fechadas na sede do PL, seu partido, em Brasília, nesta quarta-feira, e não comparecerá a novos atos programados por parlamentares no Congresso.
"Vocês sabem que eu não posso falar", disse o ex-presidente ao ser abordado por jornalistas ao chegar ao prédio onde fica a sede do PL, na área central da capital federal.
O gesto, segundo interlocutores, busca evitar qualquer nova interpretação de desrespeito às determinações judiciais.
"Ele vai para o partido, é onde costuma ficar normalmente. Eu vou me reunir com ele. Por conta da censura, vai evitar Senado e Câmara", disse o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ).
A fala do parlamentar está em sintonia com o que a defesa de Bolsonaro afirma ao STF. Em petição protocolada na noite de ontem, os advogados dizem que o ex-presidente se manterá em silêncio: “De toda forma, em sinal de respeito absoluto à decisão da Suprema Corte, o embargante [Bolsonaro] não fará qualquer manifestação até que haja o esclarecimento apontado nos presentes embargos”, diz um trecho.
Pela manhã, Bolsonaro recebe em casa o filho mais novo, Jair Renan Bolsonaro (PL), vereador de Balneário Camboriú (SC), que viajou a Brasília para visitá-lo. Na sede do PL, além de Sóstenes, são esperados outros parlamentares da linha de frente bolsonarista.
Na terça-feira, o ex-presidente já havia cancelado uma visita à Câmara dos Deputados e permanecido em reuniões fechadas. Quem falou por ele foram aliados como os senadores Magno Malta (PL-ES) e Wellington Fagundes (PL-MT), que compareceram à sede do partido para reforçar apoio.
Até as refeições de Bolsonaro são feitas nas instalações do PL. Segundo aliados, é comum que o partido organize um buffet no local, o que facilita a permanência prolongada do ex-presidente. A sede da legenda tem funcionado como ponto de encontro do núcleo político bolsonarista.