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Bolsonaro tem crise de soluço e passa por atendimento médico na prisão da PF

Ex-presidente está preso preventivamente na Superintendência da PF desde sábado, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 27 de novembro de 2025 às 20h36.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu atendimento médico nesta quinta-feira, 27, na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde está preso cumprindo pena pela sua participação na trama golpista.

De acordo com os filhos de Bolsonaro, os vereadores Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e Jair Renan (PL-SC), ele foi atendido após sofrer uma nova crise de soluços. Carlos informou, por meio das redes sociais, que os soluços começaram na noite anterior e continuaram durante o dia.

A informação também foi confirmada pela PF à EXAME, que afirmou que os médicos do ex-presidente foram acionados a partir do momento em que apresentou mal-estar e, por telefone, orientaram os agentes nos cuidados necessários até que o problema fosse resolvido.

As crises de soluços de Bolsonaro são um efeito colateral das várias cirurgias que ele realizou após ser esfaqueado durante a campanha presidencial de 2018.

Prisão de Bolsonaro

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal, após ser considerado culpado pelos crimes de liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Bolsonaro está preso preventivamente desde sábado, 22, em uma sala especial na Superintendência da PF. A prisão preventiva foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para garantir a ordem pública, evitar a fuga e impedir novas violações das medidas impostas ao ex-presidente. Isso significa também que a detenção decretada por Moraes ainda não corresponde ao cumprimento da pena por tentativa de golpe de Estado.

A decisão de Moraes menciona três fatores centrais:

  1. Risco à ordem pública: a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro na véspera da prisão motivou a ordem de detenção. Para Moraes, o ato poderia ganhar “grande dimensão”, reunir centenas de apoiadores e repetir a lógica dos acampamentos montados após as eleições de 2022. Segundo o ministro, o evento expunha terceiros, o próprio réu e a efetividade da prisão domiciliar.
  2. Tentativa de romper a tornozeleira eletrônica: o ministro registrou que a tornozeleira foi violada às 0h08 deste sábado. O Centro de Integração de Monitoração Integrada do DF relatou o episódio ao STF. Para Moraes, o ato demonstrou intenção de fuga, que seria facilitada pelo tumulto gerado pela mobilização convocada pelo filho do ex-presidente.
  3. Elevado risco de fuga: Bolsonaro mora a cerca de 15 minutos da embaixada dos Estados Unidos e já foi investigado por tentar buscar abrigo diplomático anteriormente. Moraes relembrou também as evasões de aliados — como Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — para reforçar que há atuação coordenada para escapar da lei penal.
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