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Brasil concede asilo a senador opositor boliviano

Roger Pinto está refugiado na embaixada do país em La Paz há onze dias e alega sofrer perseguição política

O presidente Evo Morales: o governo boliviano acusa Pinto de estar envolvido em casos de corrupção (Jorge Bernal/ AFP)

O presidente Evo Morales: o governo boliviano acusa Pinto de estar envolvido em casos de corrupção (Jorge Bernal/ AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h15.

Brasília - O governo brasileiro anunciou nesta sexta-feira que decidiu conceder asilo político ao senador opositor boliviano Roger Pinto, que está refugiado na embaixada do país em La Paz há onze dias.

O anúncio foi oficializado por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, que explica que a decisão foi tomada 'à luz das normas e da prática do Direito Internacional Latino-Americano'.

A concessão do asilo foi oficializada pouco depois do ministro das Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, afirmar em entrevista coletiva em La Paz que o governo de seu país não tinha nenhuma informação oficial sobre o caso.

'Fizemos chegar informações às autoridades do Brasil para que eles possam considerar todos os elementos, se corresponde ou não corresponde' a concessão do asilo, disse o ministro. O governo boliviano acusa Pinto de estar envolvido em casos de corrupção.

Choquehuanca frisou que o governo boliviano enviou ao Brasil 'toda a documentação' que dispõe sobre a situação para que o país não tome nenhuma decisão precipitada. O chanceler disse ainda que o governo boliviano está disposto a submeter o caso a uma 'auditoria jurídica'.

O senador Pinto está refugiado na embaixada brasileira em La Paz desde 28 de maio e pediu asilo ao governo de Dilma Rousseff alegando ser vítima de perseguição política e de ameaças de morte por parte do Executivo boliviano.

Segundo Pinto, essa 'perseguição' se deve às suas críticas ao governo do presidente Evo Morales, que o senador acusa de não enfrentar de forma adequada o narcotráfico.

Agora, o governo boliviano deverá emitir um salvo-conduto para que o senador possa abandonar a embaixada e ir para o Brasil, onde não poderá fazer nenhum tipo de declaração política, pois isso poderia fazer ele perder sua condição de asilado.

*Matéria atualizada às 17h16

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