Brasil

Brasil desiste de integrar missão na Venezuela

O governo desistiu de participar de uma missão internacional para observar as eleições da Venezuela porque o país rejeitou a escolha de Nelson Jobim


	Nelson Jobim: a Venezuela recusou a escolha de Jobim, que já foi ministro da Justiça e da Defesa em governos diferentes
 (Antonio Cruz/ABr)

Nelson Jobim: a Venezuela recusou a escolha de Jobim, que já foi ministro da Justiça e da Defesa em governos diferentes (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2015 às 20h36.

Brasília - O governo brasileiro desistiu de participar de uma missão internacional para observar as eleições parlamentares da Venezuela em dezembro porque o governo venezuelano rejeitou a escolha do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim para liderar a equipe.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou nesta terça-feira que a Venezuela recusou a escolha de Jobim, que já foi ministro da Justiça e da Defesa em governos diferentes, para dirigir a missão observadora da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), apesar de amplo apoio dos 12 países membros.

O anúncio é um duro golpe para o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que se beneficiou do apoio diplomático do Brasil em momentos delicados, incluindo a sua contestada eleição de 2013 e uma onda de protestos da oposição em 2014.

A eleição parlamentar de 6 de dezembro é vista como um dos pleitos mais difíceis para o Partido Socialista enquanto o país luta contra uma inflação descontrolada e uma economia em recessão.

O TSE afirmou que pretendia observar as condições antes da eleição para garantir a igualdade de condições, mas as autoridades da Venezuela impediram o acesso a uma auditoria do seu sistema eletrônico de votação.

"Em razão dos fatores acima referidos, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que não participará da missão da Unasul às eleições parlamentares venezuelanas", afirmou o órgão em comunicado.

A Venezuela tem reduzido nos últimos anos o papel dos observadores eleitorais estrangeiros. Em vez disso, tem recebido missões menores de "acompanhamento" que tiveram menos acesso aos dados eleitorais.

Autoridades consideram a decisão uma questão de soberania nacional, enquanto que os adversários insistem que se destina a reduzir a transparência das eleições.

Para o analista de questões venezuelanas David Smilde, Jobim teria dado credibilidade internacional à eleição.

"É uma notícia muito ruim", disse ele. "Jobim foi proposto pelos ministros das Relações Exteriores da Unasul. Agora (o governo venezuelano) não pode dizer que a sua soberania estava em jogo, ou que os Estados Unidos estavam impondo sua agenda."

Acompanhe tudo sobre:América LatinaGovernoMDB – Movimento Democrático BrasileiroNelson JobimPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosVenezuela

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil