Média de escolaridade do brasileiro é de 8,43 anos, segundo dados do Pnud (Agência SP)
Agência de notícias
Publicado em 6 de maio de 2025 às 12h14.
Última atualização em 6 de maio de 2025 às 12h28.
O progresso brasileiro no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2023 ocorreu graças a melhores resultados nos dados de renda e saúde. O Brasil, porém, segue estagnado na educação, o que impede o país de subir mais no ranking.
O IDH é um índice do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e considera três dimensões.
Na área de educação, são dois indicadores: a expectativa de escolaridade — que considera a estimativa de média de anos de estudos que a atual geração de crianças terá quando completar seu ciclo escolar — e a escolaridade média da população, que corresponde efetivamente aos anos de estudo.
Em 2023, a expectativa de escolaridade no Brasil se manteve em 15,79 anos. Pelo menos desde 2020, ano da pandemia, ela está nesse patamar, com pequena variação nas casas decimais.
Já a escolaridade média da população ficou em 8,43 anos no primeiro ano do governo Lula. O número é exatamente igual ao registrado nos dois anos anteriores. Em 2020, estava em 8,27 anos, praticamente o mesmo.
O relatório não dá pistas de por que o país não avança nesse quesito, mas o ensino no Brasil faz pouco progresso há anos, segundo especialistas.
O desempenho nessa área varia bastante entre as nações latino-americanas. Países como Colômbia e México, que estão muito próximos no Brasil no ranking global de IDH, ocupando a 84ª e a 81ª posições, respectivamente, têm escolaridade média de nove anos e expectativa de anos de estudo de pouco mais de 14 anos, pior que a brasileira.
Já Chile e Argentina têm desempenho próximo ao da Islândia, que está na liderança do ranking mundial. Os alunos frequentam a escola por 14,3 anos, em média, no Chile e 11,2 anos, na Argentina. Na Islândia, a média é de 13,91 anos.
Já a expectativa de escolaridade nos nossos vizinhos é de 16,9 (Chile) e 18,9 anos (Argentina). Na Islândia, é de 18,85 anos.
No que se refere à renda, o Brasil avançou bem. Saiu de uma renda per capita por paridade de compra de US$ 17.594, em 2022, para US$ 18.011 no ano seguinte. Em 2020, era de US$ 16.609.
Além do aumento do valor de benefícios sociais, como Bolsa Família, houve melhora no mercado de trabalho desde a pandemia. Os dados mais recentes de emprego, por exemplo, mostram que a taxa de desemprego está em um dos menores patamares da série histórica no país.
Já no indicador de saúde, o Brasil conseguiu reverter o prejuízo provocado pela pandemia de covid-19, com avanço na expectativa de vida ao nascer, para 75,85 anos.
O IDH do Brasil atingiu 0,786 em 2023, nível que o coloca no grupo de alto Índice de Desenvolvimento Humano. No ano anterior, o IDH era de 0,760. O relatório mais recente incorpora a atualização realizada pelo Banco Mundial na série histórica de renda per capita dos países, cujo ano-base passou de 2017 para 2021. O IDH varia de zero a 1 e, quanto maior, melhor.