Repórter
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 11h52.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2025 às 12h36.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira, 25, um acordo para a produção em larga escala da primeira vacina totalmente nacional contra a dengue. O imunizante será de dose única e começará a ser distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2026.
A nova vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, dentro do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local (PDIL) do Ministério da Saúde, segundo nota do governo. Estima-se que a capacidade produtiva da vacina cresça em 50 vezes nos próximos anos, reduzindo a dependência de imunizantes importados.
Com R$ 1,26 bilhão em investimentos, o projeto será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e terá suporte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a aprovação do registro. O imunizante será destinado a pessoas de 2 a 59 anos, conforme diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Além da vacina contra a dengue, o governo prevê R$ 68 milhões para estudos clínicos, buscando ampliar a faixa etária do público-alvo e avaliar a coadministração com a vacina contra chikungunya. O projeto faz parte da estratégia do Novo PAC, que destina recursos para fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS) e ampliar a autonomia brasileira na produção de medicamentos e imunizantes.
O evento “SUS como alavanca da inovação e produção em saúde” também trouxe o anúncio de novas parcerias público-privadas. Entre elas, a construção da primeira fábrica de IFA (Insumo Farmacêutico Ativo) de insulina da América Latina e o desenvolvimento de vacinas nacionais para gripe aviária e Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
O governo federal também confirmou que a insulina Glargina passará a ser fabricada no Brasil por meio do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP). O projeto envolve a Fiocruz (Unidade Bio-Manguinhos) e a empresa Biomm, que recebeu o registro para produção. A unidade produtiva será instalada em Eusébio (CE) e deve alcançar 70 milhões de unidades anuais até 2027.
Uma parceria entre o Instituto Butantan e a Pfizer permitirá a produção de até 8 milhões de doses anuais da vacina contra VSR. A expectativa do governo é que o imunizante ajude a evitar 28 mil internações anuais causadas pelo vírus. O primeiro fornecimento para o SUS está previsto para o segundo semestre de 2025.