Brasil

BRF vai ao STF tentar derrubar multa cobrada em greve de caminhoneiros

Obstrução nas estradas durante paralisação gerou multas a 151 empresas por descumprirem decisão do ministro Alexandre de Moraes para liberação das estradas

BRF explica que veículo que estava prestando serviço à companhia seria alvo de aplicação da multa (BRF/Divulgação)

BRF explica que veículo que estava prestando serviço à companhia seria alvo de aplicação da multa (BRF/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 20 de julho de 2018 às 16h32.

Brasília - A BRF apresentou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar uma multa de R$ 8,8 milhões aplicada em decorrência da greve dos caminhoneiros. A obstrução nas estradas durante a greve gerou multas a 151 empresas por terem descumprido decisão do ministro Alexandre de Moraes para liberação das estradas.

Na petição, a BRF explica que um veículo da LM Transportes Interestaduais, que estava prestando serviço à companhia de alimentos, seria alvo de aplicação de multa por supostamente obstruir uma estrada em Minas Gerais, e que, por motivos contratuais, a BRF seria responsável pelo pagamento da multa.

Segundo a companhia, o motorista do veículo estava na verdade procurando uma forma de dialogar com os motoristas responsáveis pelos carregamentos de animais e rações para "avaliar uma possível alternativa ao tráfego das cargas, tendo em vista o caráter ultraperecível e o iminente risco de perda das cargas e morte de animais". Outros elementos, como mensagens trocadas entre o motorista e um gerente da BRF, são colocados na petição.

"Isso significa dizer que não existe nenhuma prova ou sequer indício de que o funcionário da BRF, a BRF ou a LM estivessem ligadas às entidades que promoveram o bloqueio da estrada e a greve, e muito menos de que o funcionário da BRF teria se recusado a retirar seu veículo durante as menos de 2 horas que ficou estacionado, o que eram condições à aplicação da multa", afirmam os advogados da companhia, que também alega ser uma das mais prejudicadas com a greve dos caminhoneiros.

A pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), em 25 de maio, Moraes concedeu liminar para autorizar cobrança de multas pela obstrução de estradas gerada na greve. Depois disso, o ministro, a partir da solicitação da AGU, aplicou multa a 151 empresas pelo descumprimento da decisão, que somam R$ 715,1 milhões.

Moraes já convocou audiência para tratar do tema. As empresas que desejarem participar da audiência deverão realizar prévia inscrição no gabinete até o dia 6 de agosto.

Serão intimados para comparecer à audiência a AGU, a Procuradoria-Geral da República (PGR), o Ministério dos Transportes, a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA).

Acompanhe tudo sobre:Alexandre de MoraesBRFCaminhoneirosSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

'Ônibus elétrico custa uma fábula e não deveria pegar trânsito', diz representante das empresas

PGR defende que Collor vá para prisão domiciliar

Dino suspende pagamento de emendas parlamentares de saúde sem conta bancária específica

Oposição formaliza pedido de CPI do INSS com 184 assinaturas e aumenta pressão pela saída de Lupi