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Butantã vai abrigar aulas da USP Leste

Após o câmpus da zona Leste ter sido interditado por problemas ambientais, alunos, professores e funcionários serão transferidos para a Cidade Universitária


	USP Leste: alguns professores sinalizam não aceitar outro espaço improvisado e já defendem greve
 (LottusF1/Wikimedia Commons)

USP Leste: alguns professores sinalizam não aceitar outro espaço improvisado e já defendem greve (LottusF1/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 08h27.

São Paulo - Alunos, professores e funcionários do câmpus Leste da Universidade de São Paulo (USP) serão transferidos provisoriamente para a Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste da capital.

A decisão foi anunciada nesta quinta-feira, 9, após a Justiça dar prazo de 30 dias para a instituição apresentar um plano alternativo para suas atividades. A área foi interditada por causa de problemas ambientais.

A partir de segunda-feira, 13, as aulas serão ministradas no Instituto de Psicologia. Alguns cursos têm ainda de concluir o segundo semestre de 2013 e farão reposição da greve realizada entre agosto e setembro.

A unidade tem cerca de 5 mil alunos. Grupos de pesquisa seguem desabrigados. Com o fechamento dos laboratórios, professores e alunos temem prejuízos com a perda de amostras e reagentes e com o acesso vetado. Até ontem, a USP não havia recorrido da decisão da Justiça.

Antes da diretoria, professores e alunos da USP Leste foram os primeiros a entrar em contato com outras unidades para discutir planos de transferência. Ainda é negociada a oferta de transporte da zona leste até o câmpus Butantã e também dentro da Cidade Universitária.

As aulas do primeiro semestre de 2014, previstas para 17 fevereiro, ainda não têm local definido. Alguns professores sinalizam não aceitar outro espaço improvisado e já defendem greve. Só tiveram acesso ao câmpus Leste ontem os vigilantes e os funcionários da empresa que faz a desinfestação dos piolhos, descobertos no fim de 2013.


Laboratórios vazios

A pressa para resgatar materiais foi criticada por pesquisadores, que correram ao câmpus quando souberam da interdição nesta terça-feira, 7. "Retiramos algumas plantas, mas não dava para deslocar tudo o que está no freezer", lamentou Silvana Godoy, pesquisadora na área de Botânica.

"A situação é caótica." A falta de espaço e seguro sobre danos, além da burocracia, impedem o transporte de aparelhos, como microscópios e computadores.

Por volta de 40 professores da unidade atuam em laboratórios de ciências naturais e, nos de computação, 60 docentes. Para Luis Schiesari, que preside a Comissão de Pesquisa da USP Leste, "a diversidade das atividades de pesquisa e a necessidade de instalações e equipamentos especiais dificultam a transferência".

De acordo com ele, não há mais animais ou plantas nos laboratórios e as agências financiadoras de pesquisa já estão cientes sobre o caso.

Cálculos dos professores indicam que na USP Leste há 250 auxílios à pesquisa concluídos e 40 em andamento, entre bolsas e financiamentos, com total de R$ 18,7 milhões repassados por agências do País e do exterior. A assessoria da USP Leste informou que o acesso é vetado em cumprimento à ordem judicial e que a prioridade foi encontrar espaço para as aulas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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