Brasil

Cabotagem: Indústrias brasileiras veem potencial, mas enfrentam desafios logísticos, diz CNI

Um quinto das indústrias consideraria usar transporte marítimo, mas desafios geográficos e rotas limitadas ainda são um problema

Cabotagem: transporte marítimo é frequentemente citado como mais seguro, econômico e sustentável (Getty Images)

Cabotagem: transporte marítimo é frequentemente citado como mais seguro, econômico e sustentável (Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 1 de outubro de 2025 às 07h54.

Um quinto das indústrias brasileiras que não usam a cabotagem — o transporte marítimo entre os portos de um mesmo país — lançaria mão dessa modalidade logística se “houvesse condições adequadas”, mostra uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que será divulgada nesta quarta-feira.

A sondagem entrevistou 195 empresas industriais. Dessas, somente 29% usam a cabotagem para escoar suas cargas em um país que tem uma das maiores costas marítimas do mundo.

O impacto da cabotagem na logística nacional

Em julho, o governo federal editou um decreto que regulamenta a “BR do Mar”, programa lançado em 2022 para impulsionar a cabotagem.

Segundo a CNI, a movimentação entre os portos nacionais responde por 11% da matriz de transportes do Brasil. E essa fatia é concentrada na logística do petróleo e de combustíveis, que responde por 75% da cabotagem no país.

A avaliação da CNI é de que o Brasil tem potencial para usar mais a cabotagem. Em geral, essa modalidade logística se destaca pelo custo mais baixo que o rodoviário, por exemplo, e maior segurança em relação a roubos e desvios de carga.

Quanto mais carga, mais vantajoso é o custo do navio. Por isso, na estimativa da CNI, “um melhor equilíbrio na matriz de transportes do país” poderia levar a uma redução de 13% no custo logístico das empresas.

Obstáculos ao uso da cabotagem

Conforme a sondagem da CNI, ao responderem sobre os impeditivos, as indústrias que não usam a cabotagem citaram com maior frequência (45% dessa parcela de entrevistados) a incompatibilidade geográfica (45%).

“Foram mencionadas ainda a indisponibilidade de rotas (39%), o maior tempo de trânsito (15%) e a distância da origem do transporte até o porto (15%)”, diz uma nota divulgada pela CNI.

Já entre os 29% do total de entrevistados que usaram a cabotagem, o motivo mais citado como razão por que adotam a modalidade logística foi a redução de custos, mencionada por 79% dessa parcela. O segundo motivo mais citado foi a segurança no transporte (21%).

Acompanhe tudo sobre:CNI – Confederação Nacional da IndústriaIndústriaBrasil

Mais de Brasil

Pernambuco investiga três casos suspeitos de intoxicação por metanol; duas mortes foram confirmadas

Câmara aprova projeto que limita decisões monocráticas e muda regras para ações no STF

Investigação da CGU foca em servidores do INSS ligados a fraudes bilionárias contra aposentados

Câmara deve votar isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil nesta quarta; veja o que está em jogo