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Cancelar viagem aos EUA foi saída "lógica", diz analista

Coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Paulo Pereira, avalia que no atual contexto discussão de agenda propositiva ficaria impossibilitada


	Dilma Rousseff e Barack Obama: segundo Pereira, caso Dilma tivesse mantido a viagem, a atual conjuntura deixaria a presidente vulnerável
 (REUTERS/Grigory Dukor)

Dilma Rousseff e Barack Obama: segundo Pereira, caso Dilma tivesse mantido a viagem, a atual conjuntura deixaria a presidente vulnerável (REUTERS/Grigory Dukor)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 16h07.

São Paulo - A decisão da presidente Dilma Rousseff de cancelar a visita oficial que faria ao presidente norte-americano, Barack Obama, em outubro foi uma saída "lógica" ao impasse gerado por denúncias de que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) teria espionado governo e empresas brasileiros, além da própria presidente.

Essa é a opinião do coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC-SP, Paulo Pereira. Ele avalia que no atual contexto a discussão de uma agenda propositiva - que é o objetivo das visitas de Estado - ficaria impossibilitada.

"A presidente compreendeu que se fosse aos Estados Unidos seria questionada tanto se falasse ou se não falasse sobre as espionagens. O sentido (da visita) era mais propositivo que o atual contexto marcado pelas denúncias de espionagens indica", disse.

Segundo Pereira, caso Dilma tivesse mantido a viagem, a atual conjuntura deixaria a presidente vulnerável. "Qualquer postura que tivesse, seria mal vista lá e cá", disse.

"Além disso, as visitas de Estado tem sentido de colocar a agenda de discussão política ampla, em relação a temas de cooperação e desenvolvimento de projetos conjuntos. Não é um momento onde se resolvem problemas diplomáticos dessa envergadura. Esse propósito da visita (propositivo) estaria comprometido", frisou.

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