Publicado em 29 de julho de 2025 às 16h59.
Última atualização em 29 de julho de 2025 às 18h00.
A deputada federal licenciada Carla Zambelli foi presa nesta terça-feira, 29, na Itália, segundo a Polícia Federal (PF).
Segundo a PF, a detenção ocorreu após a cooperação policial internacional entre a Polícia Federal, a Interpol e agências da Itália.
A corporação afirma que Zambelli será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário.
A defesa de Zambelli confirmou à CNN Brasil que a deputada se apresentou a autoridades italianas.
A parlamentar deve informar o seu endereço, alegar que não é foragida e solicitar que não seja deportada para o Brasil.
Zambelli fugiu do Brasil depois de ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão no caso da invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A deputada foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol no dia 5 de junho, a pedido da Polícia Federal.
A prisão teria ocorrido após o deputado italiano Angelo Bonelli entregar o endereço de Zambelli para a polícia italiana. Bonelli fez publicação no X com a informação.
“Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o parlamentar.
Zambeli foi condenada a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023. A deputada também terá que pagar R$ 2 milhões em danos coletivos. O processo está em fase de recurso.
Segundo as investigações, Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandato falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que também foi condenado e confirmou ter realizado o trabalho a mando da parlamentar.
Ao determinar a prisão, o ministro Alexandre de Moraes disse que, no caso de Carla Zambelli, a saída do Brasil "teria claro objetivo de se furtar à aplicação da lei penal, em razão da proximidade do julgamento dos embargos de declaração opostos contra o acórdão condenatório proferido nestes autos e a iminente decretação da perda do mandato parlamentar".
Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.
Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a cinco anos e três meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.