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Celso de Mello pede opinião da PGR sobre depoimento de Bolsonaro à PF

Como de praxe, a Procuradoria-Geral deverá se manifestar sobre pedido da Polícia Federal em ouvir o presidente no inquérito de suposta interferência

Jair Bolsonaro: inquérito foi aberto no fim de abril, após denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e apura suposta interferência do presidente na PF (Adriano Machado/Reuters Business)

Jair Bolsonaro: inquérito foi aberto no fim de abril, após denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e apura suposta interferência do presidente na PF (Adriano Machado/Reuters Business)

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Reuters

Publicado em 26 de junho de 2020 às 21h18.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, seja ouvido sobre pedido da Polícia Federal para tomar o depoimento do presidente Jair Bolsonaro como uma das últimas diligências a serem cumpridas no inquérito que investiga suposta interferência do chefe do Executivo na instituição.

Em despacho datado de terça-feira e divulgado nesta sexta-feira, o decano do STF determina: "Ouça-se o eminente senhor procurador-geral da República sobre o expediente encaminhado pela excelentíssima senhora chefe do Serviço de Inquéritos da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, dra. Christiane Correa Machado".

No ofício encaminhado a Celso de Mello, relator do inquérito, a delegada da PF informou que as investigações se encontram em estágio avançado e argumentou que, por isso, torna-se necessária "nos próximos dias" oitiva do presidente da República.

O inquérito foi aberto no STF no fim de abril, após denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, e apura suposta interferência de Bolsonaro na PF.

O ponto alto das investigações foi atingido com a divulgação de vídeo de reunião ministerial no dia 22 de abril, na qual, segundo Moro, houve pressão por troca na PF e o então ministro teria sido ameaçado de demissão por Bolsonaro. O presidente nega as acusações e disse que se referia à sua segurança pessoal.

Bolsonaro, que criticou o relator do caso no STF, já pediu publicamente o arquivamento do inquérito. Caberá ao procurador-geral da República decidir se denuncia Bolsonaro ao final das investigações ou se arquiva o caso.

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