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Chico Buarque entrega ao papa carta sobre perseguição jurídica

Informe tratava-se do "lawfare", o uso da justiça com fins políticos na América Latina, que seria uma ameaça para a democracia na região

Chico Buarque : músico encontra papa Francisco ao lado de advogados e ativistas (Instagram/Reprodução)

Chico Buarque : músico encontra papa Francisco ao lado de advogados e ativistas (Instagram/Reprodução)

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AFP

Publicado em 12 de dezembro de 2018 às 12h44.

Última atualização em 12 de dezembro de 2018 às 12h49.

O cantor e compositor brasileiro Chico Buarque entregou ao papa Francisco, nesta terça-feira (11), um informe sobre o uso da justiça com fins políticos na América Latina, o "lawfare", considerado uma ameaça para a democracia na região, informaram fontes da delegação.

Buarque, que estava acompanhado de outros líderes latino-americanos, entre eles a advogada brasileira Carol Proner e o argentino Roberto Carlés, conversou com o papa Francisco durante 45 minutos em sua residência privada, Casa Santa Marta, no Vaticano.

 

 

O papa argentino, sensível a esses temas, recebeu o informe sobre o "lawfare", palavra usada para indicar as chamadas "guerras jurídicas" e a perseguição de líderes políticos e de movimentos sociais de protesto.

"O chamado lawfare é uma técnica de guerra jurídica, que o general americano Charles Dunlap descreveu como um método de guerra não convencional, através do qual a lei é utilizada como um meio para alcançar um objetivo militar", explicaram.

Entre os casos apontados pelos denunciantes estão os dos ex-presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atualmente preso, do Equador, Rafael Correa, e da Argentina, Cristina Fernández.

"Lawfare é o uso indevido da lei para promover uma perseguição política", explicaram após o encontro.

O grupo de ativistas considera que se trata de uma verdadeira "ameaça" à democracia em todo o mundo, e teme que através das novas redes de comunicação a "demonização" e a "deslegitimação" dos adversários políticos se estendam com mais facilidade.

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