Duas pessoas faleceram nos eventos climáticos (Anselmo Cunha/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 19 de junho de 2025 às 12h01.
Cerca de 2,9 mil pessoas foram obrigadas a deixarem as suas casas devido às fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde o início da semana, segundo o último balanço divulgado pela Defesa Civil do estado na manhã desta quinta-feira. Até o momento, 86 municípios gaúchos relataram danos ou intercorrências.
No total, 984 pessoas estão em abrigos, enquanto outras 1.993 encontram-se desalojadas. Duas pessoas morreram e uma terceira está desaparecida.
A cidade de Santa Maria reportou 36 alagamentos, além de uma inundação e um colapso de edificação. No município, 34 casas foram danificadas devido às chuvas, deixando 128 pessoas encontram-se desalojadas. Em Alegrete, a elevação do rio Ibirapuitã fez com que 90 pessoas ficassem desabrigadas e outras 164, desalojadas. Já em Bento Ribeiro, estradas foram bloqueadas e áreas ribeirinhas sofreram com alagamentos. 42 residências e uma aldeia indígena foram atingidas.
Na manhã desta quinta-feira, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul alertou para o "risco muito alto" devido a inundação dos rios Ibicuí, Jacuí, Taquari e Caí nas áreas das cidades de Manoel Viana, Cachoeira do Sul e Charqueadas, Estrela e São Sebastião do Caí. Os avisos têm validade até esta sexta-feira.
Os desalojados ou desabrigados são, sobretudo, da Fronteira Oeste e na Região Central do Rio Grande do Sul, explicou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), em publicação nas redes sociais na manhã desta quarta-feira. "Monitoramos com atenção o Vale do Taquari e o Vale do Caí, com possibilidade de atingir a cota de inundação em algumas cidades", alertou Leite nas redes sociais. O governador também informou que há risco de deslizamentos em áreas montanhosas da Serra, Centro e dos Vales.
Imagens gravadas por drones divulgadas nesta terça-feira pelo fotógrafo Alvaro Taschetto mostram os estragos causados pelas chuvas no município de Mata, no Rio Grande do Sul. As tempestades deixaram ao menos duas pessoas mortas no estado. Ao GLOBO, Alvaro relatou nunca antes ter presenciado tamanha devastação.
— Eu sou morador daqui há anos, e aqui sempre chove bastante, só que dessa vez estragou muito mais, prejudicou muito mais famílias. Hoje, o município se encontra isolado do resto do estado, estamos ilhados — relatou o fotógrafo, que completou: — Aqui, essa chuva causou muito mais estrago que a do ano passado, muito mais. Foram mais residências afetadas e também outras estruturas do município, como pontes, aterros, etc.
Imagens divulgadas por Álvaro mostram os estragos provocados pelo temporal na região central de Mata. Além da rua principal, outros diversos pontos foram tomados pela água. Em um dos vídeos, o fotógrafo conta que nas áreas mais afetadas pela chuva, parte da população ficou ilhada e precisou ser resgatada de barco.
Até o momento, as tempestades deixaram dois mortos. Uma das vítimas mortas é uma mulher de 54 anos que havia desaparecido ao tentar cruzar uma área alagada de carro, em Candelária. Um idoso de 65 anos, que também estava no veículo, segue desparecido, e as buscas continuam.
O carro do casal teria sido levada pela correnteza ao tentar cruzar uma ponte. Inicialmente, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul afirmou que dois corpos foram localizados, mas corrigiu a informação posteriormente.
A segunda morte ocorreu em Nova Petrópolis. A vítima, segundo a Defesa Civil, é um homem de 22 anos que teve o corpo retirado do interior de um carro pelos Bombeiros Voluntários. As circunstâncias do óbito ainda estão sendo apuradas.