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Publicado em 17 de abril de 2025 às 15h32.
A Polícia Militar (PM) de São Paulo anunciou nesta quinta-feira, 17, a distribuição de novos coletes balísticos que suportam disparos de munições de calibre 9mm, em velocidade de submetralhadora, e com a 44 Magnum. Os investimentos para os equipamentos foram de R$ 33,6 milhões.
Segundo o governo, serão 17 mil novos equipamentos de nível III-A — o mais alto grau de proteção permitido para venda. A gestão estadual afirma que antes de chegarem aos policiais, os equipamentos passam por uma rigorosa bateria de testes.
Na primeira etapa, os testes são visuais e metrológicos. Os agentes verificam se os coletes respeitam as medidas exigidas em edital. São 21 tamanhos diferentes e, para cada um, são conferidas as medidas. A análise segue o padrão internacional de amostragem.
Em seguida, é realizado o teste de flexibilidade. Os policiais deslizam o colete em uma plataforma inclinada para avaliar sua capacidade de ceder. Quanto mais flexível, melhor para garantir conforto e mobilidade ao agente em ação.
De acordo com a PM, a terceira etapa consiste em testes de fogo. Eles medem tanto a resistência à perfuração quanto o nível de deformação causado pelo impacto. O padrão internacional exige que a deformação não ultrapasse 44 milímetros. O governo afirma que os coletes testados suportaram os tiros sem perfuração, com deformação registrada dentro da margem permitida.
Com placas e painéis balísticos, os coletes são projetados para oferecer proteção contra munições de diferentes calibres. Os equipamentos possuem a mais alta tecnologia e são fabricados com materiais resistentes e leves, proporcionando maior conforto durante longos períodos de uso.
"Os novos coletes trazem ganhos importantes em conforto e ergonomia. Os equipamentos seguem as normas do Exército Brasileiro e os principais padrões internacionais. Nossa expertise nesse processo é amplamente reconhecida e garante que cada colete esteja realmente preparado para os riscos enfrentados no dia a dia policial", afirma o porta-voz da PM, Emerson Massera, em nota.
Os novos equipamentos fazem parte do plano estadual para reforço da corporação. No início da semana, a gestão Tarcísio de Freitas anunciou que nos próximos anos a PM deve chegar a 23,4 mil novos policias e alcançar o maior reforço de efeito desde 2011.
Nesta quinta-feira, o governador oficializou a troca do comandante-geral da PM. O coronel José Augusto Coutinho assume o lugar do coronel Cássio Araújo de Freitas, que estava no posto desde janeiro de 2023.
O novo comandante-geral é doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e bacharel em Educação Física e tem mais de 33 anos de carreira na PM. Ele ocupava, desde fevereiro de 2024, o cargo de subcomandante da corporação.
A mudança acontece em meio ao aumento da preocupação da população com a violência urbana. Pesquisas de opinião, como a divulgada pelo instituto Quaest, mostram que a segurança pública é a principal preocupação do brasileiro. Apesar da queda no número de roubos no Estado, crimes violentos, como a morte de um ciclista próximo ao Parque do Povo, reforçam a sensação de insegurança.
Além disso, a letalidade policial cresceu desde o início da gestão Tarcísio. Segundo dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público, as mortes cometidas por policiais militares aumentaram 65% em 2024 na comparação com o ano anterior.
No ano passado, foram 760 pessoas mortas por polícias militares, contra 460 em 2023. A média é de duas pessoas mortas pela PM por dia. Do total, 640 foram praticadas por policiais em serviço, ou seja, trabalhando, e 120, de folga.