O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 12 de maio de 2025 às 18h12.
Última atualização em 12 de maio de 2025 às 18h52.
Nova York (Estados Unidos)* - Santa Catarina tem uma carteira de projetos que precisam de R$ 15 bilhões em recursos privados. Em missão oficial que passa por Nova York e Washington, nos Estados Unidos, nesta semana, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, lidera uma comitiva que busca começar contatos estratégicos para que parte desse investimento venha de capital estrangeiro.
O foco das reuniões é apresentar a fundos e agentes econômicos internacionais os principais projetos de infraestrutura que o governo pretende viabilizar via parcerias público-privadas (PPPs) e concessões nos próximos anos.
“Queremos mostrar a capacidade empreendedora de Santa Catarina. Somos um ponto fora da curva no Brasil, com segurança jurídica, ambiental e pessoal. É um paraíso para quem quer investir com estabilidade”, diz Mello à EXAME.
Há projetos em diversas áreas, como a construção, operação, ampliação e a manutenção de um Complexo Prisional em Blumenau, um contrato de R$ 6 bilhões cujo edital está previsto para junho; a rodovia Viamar, paralela à BR-101, entre Florianópolis e Joinville, com investimentos estimados em R$ 7,5 bilhões ao longo do contrato; e o túnel submerso no Litoral Norte, que demandará investimento de R$ 500 milhões.
Santa Catarina não tem concessões de rodovias estaduais — há três concessões de rodovias federais, como trechos das BRs 101 e 116 e a BR 376. Segundo o governador, para mudar esse cenário, o estado concluiu um investimento público de R$ 3,5 bilhões na recuperação de estradas, preparando o terreno para concessões com tarifas mais competitivas.
“Recuperamos a malha rodoviária para que o valor do pedágio seja mais justo [com as obras feitas]. Agora, quem vencer a concessão vai devolver ao estado o investimento já feito”, afirma o governador.
De acordo com Rodrigo Prisco, diretor da agência estadual Investe SC, o estado tem hoje mais de 20 projetos de PPPs e concessões no pipeline, com ênfase em infraestrutura logística.
“A maior parte desses grandes investimentos é de infraestrutura, que acabou ficando um pouco defasada. Santa Catarina não fez obras estruturantes, somos constantemente encarados pela União como um estado que não precisa de tanto apoio. Ou seja, acabamos sendo punidos por ser competentes”, diz Prisco.
Entre os projetos apontados estão a ZPE (Zona de Processamento de Exportação) de Imbituba, uma área de 600 mil metros quadrados a 5 km do porto e o Plano Estadual de Logística e Transporte (PET-SC), uma parceria com a Infra S.A. para desenvolver um plano integrado de mobilidade estadual.
“Esses são projetos sobre os quais ainda precisamos começar a conversar com os fundos, selecionando os agentes para fazer uma inserção depois específica e evitar fazer o que geralmente a gente faz no Brasil, que é vir para fora e apresentar a carteira de investimentos inteira”, afirma.
A comitiva catarinense tem ao menos 10 reuniões agendadas em Nova York e Washington com investidores institucionais, entre eles a big tech Google, para ações de inovação e tecnologia, o grupo New Fortress, que já investe em um terminal de gás liquefeito no estado, um fundo de investimento dos Emirados Árabes e a consultoria Alvarez & Marsal – além de encontros com órgãos multilaterais.
Segundo Prisco, há contatos preliminares com fundos soberanos e de pensão.
*O jornalista viajou a convite da Apex Partners