Trem da concessionária ViaQuatro: Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo já funciona sem o auxílio de condutores (ViaQuatro/Divulgação)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 17 de agosto de 2025 às 09h00.
A extensão da linha-4 Amarela poderá resultar na ampliação do contrato de concessão entre o governo do Estado e a concessionária, a ViaQuatro, da Motiva. O acordo atual tem prazo até o ano de 2040.
"Para nós, o que seria uma boa proposta seria uma extensão do prazo da concessão, porque você não mexeria na tarifa", afirma Antonio Marcio Barros Silva, diretor de operações do ramal, em entrevista exclusiva à EXAME no centro de operação da ViaQuatro na estação Vila Sônia.
O ramal será ampliado em 3,3km e com duas novas estações, Chácara do Jockey e Taboão da Serra. Os investimentos são de aproximadamente R$ 3,4 bilhões, e serão bancados pela gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), a Motiva e o Banco Mundial. A divisão do valor ainda não foi detalhada.
"O aporte financeiro será dividido de maneira proporcional. O governo do estado e o Banco Mundial têm valores fixos que irão investir, e a concessionária completará o restante. A negociação para garantir o ressarcimento desses valores está em andamento", afirma.
Essa será a primeira vez que uma concessionária assume uma obra de extensão de uma linha existente. Normalmente, o planejamento e execução do projeto, mesmo de linhas entregues a iniciativa privada, é do Estado. O contrato aditivo ainda não foi assinado, pois a forma de compensação está em discussão, segundo Barros Silva.
Além da extensão do contrato, a outra opção de compensação é o aumento da tarifa, o que causaria aumento no preço da viagem para os passageiros.
"O governo poderia aportar dinheiro ou aumentar a tarifa, mas isso não traria tanto benefício. A opção de esticar o tempo da concessão, mantendo a mesma tarifa, seria mais vantajosa para nós, já que estaríamos fazendo um investimento no ativo da concessionária. Esse modelo também não prejudicaria os passageiros, pois a tarifa continuaria a mesma", diz.
A previsão é que as obras se iniciem até o fim deste ano. Algumas demolições já foram iniciadas. O diretor da ViaQuatro afirma que todo o projeto já está desenvolvido e a parte de licitações, desapropriações e contratações está avançada.
"Já conseguimos adiantar licenças ambientais e desapropriações, e estamos apenas aguardando a assinatura do aditivo com o governo, que definirá o aporte financeiro", afirma.
Atualmente, a Linha 4-Amarela opera em 12,8 km de extensão com 11 estações: Luz, República, Higienópolis-Mackenzie, Paulista, Oscar Freire, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, Butantã, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia.
O tempo previsto de viagem é de 55 minutos e haverá integração com os terminais de ônibus nas estações Vila Sônia, São Paulo-Morumbi, Butantã e outros da região.
A implementação das duas novas estações vai atender mais de 100 mil pessoas por dia, além de aliviar o trânsito nas rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt.
Além da expansão da linha-4, a concessionária discute o projeto de expansão da Linha 5-Lilás. O ramal será ampliado 4,3 km e com duas novas estações, Comendador Sant’Anna e Jardim Ângela. A estimativa é de que os investimentos cheguem a R$ 3,4 bilhões para a construção das estações, além de possíveis desapropriações.
Projeção da Estação Taboão da Serra da linha 4 Amarela (Via Quatro/Governo de SP/Divulgação)