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Comissão do Senado aprova projeto que autoriza venda de medicamentos em supermercados

Texto segue para análise da Câmara após consenso entre os senadores

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 13h05.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 13h31.

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou nesta quarta-feira, 17, o projeto que autoriza a instalação de farmácias dentro da área de supermercados. 

A proposta, relatada pelo senador Humberto Costa (PT-PE) e aprovada em caráter terminativo, foi apresentada em substitutivo ao PL 2.158/2023, do senador Efraim Filho (União-PB). O texto agora segue para a Câmara dos Deputados, caso não haja recurso para votação em Plenário.

Alterações na proposta original

O texto modifica a Lei n° 5.991/1973, que trata do controle sanitário de medicamentos. Inicialmente, o projeto previa a venda de remédios isentos de prescrição diretamente nas gôndolas dos supermercados, com acompanhamento de farmacêutico, segundo a Agência Senado. 

Após três audiências públicas, Costa alterou a proposta: agora, a autorização é apenas para instalação de uma farmácia ou drogaria completa dentro do supermercado, em espaço separado e obedecendo às normas da Anvisa.

Segundo o relator, o novo formato é mais seguro e técnico, equilibrando acesso e proteção à saúde pública. Ele lembrou que a automedicação pode causar intoxicações, falhas em tratamentos e agravamento de quadros clínicos, mesmo no caso de analgésicos e anti-inflamatórios.

Como vai funcionar?

O Senado afirma que o texto aprovado exige a presença de um farmacêutico durante todo o horário de funcionamento, proíbe a venda em bancadas ou gôndolas fora da área da farmácia e determina que medicamentos sob controle especial sejam pagos antes da entrega ou transportados em embalagens lacradas até o caixa. 

A medida também permite o uso de canais digitais apenas para entrega, sempre respeitando as normas sanitárias.

“Permitir a venda de medicamentos fora do ambiente farmacêutico, ainda que se apresente como medida destinada a ampliar o acesso e a conveniência do consumidor, pode intensificar práticas que comprometem de forma significativa a saúde pública”, disse Costa.

Foram rejeitadas emendas como a do senador Eduardo Girão (Novo-CE), que permitia a venda sem farmacêutico, e a do senador Marcos Pontes (PL-SP), que pretendia proibir marcas próprias de medicamentos, segundo a Agência Senado. Para o relator, o tema das marcas já é regulado pela Anvisa e deve ser tratado em outro projeto.

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